'Vai ser assim?, diz Janot sobre pedido para soltar amigos de Temer

Rodrigo Janot critiou Dodge no seu Twitter neste sábado

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O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot criticou neste sábado (31) em sua conta no Twitter, o pedido de liberdade dos amigos do presidente Michel Temer (MDB) e empresários presos na última quinta-feira pela polícia Federal na Operação Skala. Autor de duas denúncias contra Temer em 2017, Janot questionou a manifestação de Raquel Dodge, atual chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), ao Supremo Tribunal Federal (SFT), em que ela solicita a revogação das prisões temporárias.

- Não teria sido o caso então de pedir condução coercitiva ao invés de prisão? Voltou a ser assim? E vai continuar sendo assim?”, escreveu Janot em sua conta na noite de sábado.

As conduções coercitivas sugeridas pelo ex-procurador-geral, entretanto, não eram uma alternativa na Operação Skala. A medida, que obriga investigados a serem levados pela polícia para prestar depoimento, está proibida desde dezembro passado por uma decisão liminar do ministro do STF Gilmar Mendes. O entendimento de Gilmar ainda será submetido ao plenário da Corte.

Na última quinta-feira, quando a operação foi deflagrada, o ex-procurador-geral também havia se manifestado no Twitter: “Começou? Acho que sim”.

LIBERDADE, LIBERDADE

Na noite de sábado, Dodge pediu ao ministro do STF Luís Roberto Barroso a revogação das prisões temporárias, cujos alvos são investigados por suspeita de envolvimento em esquema de corrupção no setor portuário. Como justificativa, Dodge afirmou que as medidas já cumpriram seu objetivo legal: ouvir os investigados e fazer buscas em endereços ligados a eles.

O ministro Barroso acolheu o pedido de Dodge. Na decisão, o ministro ordenou a emissão de alvará para soltar imediatamente os investigados.

Nove pessoas estavam presas na sede da PF em São Paulo e uma no Rio de Janeiro. O coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer e apontado como seu operador de propinas, deixou a prisão sem ter prestado depoimento à PF e à PGR.

Na sexta-feira, os investigadores tentaram ouvi-lo, mas ele ficou em silêncio e seus advogados alegaram que Lima Filho não tinha condições físicas e psicológicas para ser ouvido. Há nove meses ele não comparece nas oitivas convocadas pelos delegados sob a alegação de ter problemas de saúde. Já o advogado, ex-assessor especial e amigo do presidente, José Yunes, foi um dos presos que chegaram a depor duas vezes nesse período. Yunes negou envolvimento em irregularidades ligadas ao setor de portos.


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