Embora tenham suas semelhanças, existem diferenças entre as duas doenças. Uma delas é a letalidade: a varíola matava cerca de 30% dos infectados. Já a varíola dos macacos conta com uma taxa de mortalidade entre 3% a 6%, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Então a varíola dos macacos não significa um risco por ter menor letalidade?
Os riscos menores não indicam que a doença não é grave. Crianças, grávidas e imunossuprimidos são pessoas que podem desenvolver quadros mais graves, por exemplo. "Não deixa de ser preocupante porque toda doença infectocontagiosa não é para correr solta. É preciso conter esses surtos", afirma Clarissa Damaso, virologista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e assessora do comitê da OMS (Organização Mundial da Saúde) para pesquisa com vírus da varíola. Ela é uma das pesquisadoras que compõem o grupo de trabalho para enfrentamento da varíola de macacos organizado na UFRJ. A iniciativa realiza testes em pessoas suspeitas da doença -no Brasil, são seis casos investigados- e também deve acompanhar os pacientes para observar a evolução do quadro clínico e evitar a disseminação do patógeno.
Além do grupo da UFRJ, outros dois centros realizam testes para diagnosticar a doença no Brasil: o Instituto Adolf Lutz, em São Paulo, e a Funed (Fundação Ezequiel Dias), em Minas Gerais.
Outro caminho para diagnosticar a doença é um teste da empresa Roche. Carlos Martins, presidente da Roche Diagnóstica no Brasil, afirma que o produto é um exame PCR parecido com testes para Covid. Segundo ele, os resultados dos exames ficam prontos entre 4 e 8 horas e o produto deve chegar ao Brasil em algumas semanas.