Quem passa pela BR-316, no trecho entre Cod? e Caxias e, as vezes, at? Timon, encontra nesta ?poca os vendedores de frutos sazonais da regi?o dos Cocais ? Pequi e Bacuri. Barracas s?o montadas ?s margens da rodovia, fam?lias, praticamente, se mudam para a estrada em nome da sobreviv?ncia.
? um dos per?odos do ano de maior atividade para o lavrador, Raimundo Nonato Sena. Ele revela que sai para a mata, a procura desses frutos, a partir das seis da manh?. ?Saio 6hs, volto uma hora da tarde, 4hs e aqui (na estrada) tem dia que eu chego 10hs e s? chego em casa 8hs da noite?, disse o lavrador que divide o trabalho com a esposa. ?Eu venho pra c?, ela vai juntar. A? quando eu chego ela diz - Raimundo eu juntei tantos Pequis ou tantos bacuris, a? eu vou buscar e quando d? de manh? eu trago pra c? de novo?, explicou sua luta o lavrador.
Tanto esfor?o nem sempre ? recompensado, mas no dia em que os motoristas est?o com vontade de experimentar as frutas da regi?o o vendedor consegue chegar em casa, de acordo com seu Raimundo Sena, com R$ 20,00 ou at? R$ 30,00. ?Quando a gente vai ver diz assim ? ? rapaz hoje eu fiz uma boa feira, porque fez esse dinheiro, ne!??, justifica.
Ainda assim s?o centenas de lavradores nessa atividade que come?a no final de janeiro e dura at? meados de mar?o. ? tempo de saber dividir as tarefas de venda e lavoura. J? se tornou f?cil para o agricultor, Francisco das Chagas Silva, que h? 16 anos vende Pequi e Bacuri na BR-316. ?Eu tenho que dividir, de manh? eu venho vender o Pequi e ? tarde, as vezes, meus filhos est?o de f?rias v?m vender. Quando n?o ?, eles v?o pra ro?a e eu venho vender?, explicou.
? comum o uso de crian?as e adolescentes no trabalho a beira da estrada. Leidiene, 13 anos, estava com seu irm?o, ainda mais novo, encarando sua rotina de trabalho. ?Quando tem escola eu n?o vendo n?o. Quando n?o tem eu fico aqui at? 12hs, chego ?s 8hs. As vezes vende. N?o ? muito bom n?o, porque a pessoa tem dia que n?o vende nada?, reclamou a adolescente.
Entre lucros e decep?es, todo ano tem gente nova no trecho entre Cod? e Caxias. ? o caso da lavradora, Maria Valderina Alves de Sousa. Ela j? vendia verduras no povoado Alegre, com o surgimento do Bacuri e do Pequi, resolveu aumentar o rendimento vendendo um balde da fruta ? R$ 10,00. ?Surgiu mais esta fonte de renda, esta proposta a? eu decidi comprar e botar pra vender e ta rendendo bastante. Os maranhenses chiam, mas o que v?m de fora a gente d? o pre?o e ele j? manda ensacolar e vai embora?, disse feliz a vendedora.