Os venezuelanos, que estão em Teresina desde o dia 13 de maio, começaram a deixar a cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), dos 206 venezuelanos que estavam em Teresina restam apenas 156, sendo que 40% delas crianças.
O secretário municipal de Cidadania, Assistência Social e de Políticas Integradas, Samuel Silveira, afirmou que os venezuelanos estão em quatro abrigos, sendo 32 pessoas no Quilômetro Sete; 29 pessoas no conjunto Mocambinho; 43 pessoas no Espaço Cultural Piratinha, no Poti Velho; 30 pessoas no Movimento Paz na Periferia (MP3) e 25 pessoas na Pastoral de Rua.
Por proposição do vereador Dudu (PT), a Câmara Municipal de Teresina realizou na quarta-feira (26) uma audiência pública para discutir a imigração de venezuelanos para Teresina. Desde o mês de maio, mais de 200 imigrantes chegaram à capital piauiense devido aos conflitos registrados no país vizinho. A reunião contou com presença de representantes da OAB-PI, Funai, Pastoral Arquidiocese de Teresina, Movimento Pela Paz na Periferia (MP3), entre outras instituições.
Dudu afirmou que a ausência da Prefeitura na reunião só demonstra o descaso da gestão com a triste situação vivenciada pelos refugiados em Teresina.
“É lamentável realizarmos uma audiência de tamanha importância e a gestão do município se quer comparecer para discutir a temática. Ficou definido que precisamos ter um plano de trabalho feito pela Prefeitura para que recursos federais sejam destinados para dar assistência aos imigrantes. Mediante isso, vamos notificar o poder municipal via Ministério Público Federal (MPF) para que o órgão também possa acionar a Polícia Federal (PF) para fazer a identificação dos venezuelanos que estão na cidade. Assim, vamos ter um panorama mais preciso sobre o número de venezuelanos”, afirmou Dudu Borges.
Abel Mendonza é um dos venezuelanos que chegou a Teresina recentemente e afirma que veio a cidade em busca de emprego. “Vivemos uma situação bastante complicada e estamos procurando um trabalho. Porém, não conseguimos e precisamos de dinheiro para sobreviver. O que nos resta é pedir esmola nos sinais”, lamentou o imigrante.
“Durante a reunião, recebemos a notícia que o Estado disponibilizará na próxima semana uma área para que os imigrantes possam ficar alocados em um mesmo ambiente. Não poderíamos deixar de discutir o problema e tentar ajudar os venezuelanos que tanto estão precisando de ajuda em nossa cidade”, afirmou Borges.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) vem acompanhando de perto a situação dos venezuelanos que, segundo a instituição, fazem parte da etnia indígena Warao.
“Visitamos os abrigos em que os refugiados estão alocados, pois a missão da Funai é exatamente garantir a promoção e a proteção dos direitos dos povos indígenas. Por isso, ressalto a importância para que as instituições do Piauí possam dialogar com o objetivo de encontrar soluções para a situação dos venezuelanos na capital”, declarou a engenhista especializada Renata Maia.
O coordenador do Movimento Paz na Periferia, Júnior do MP3, afirmou que a Prefeitura de Teresina está promovendo uma campanha de ódio contra os índios da Venezuela que estão na cidade.
Júnior do MP3 declarou que pela primeira vez a Prefeitura de Teresina está promovendo uma campanha de ódio contra os índios da Venezuela espalhando boatos de que o dinheiro que ganham na mendicância gastam bebendo cachaça.
Falou que a Prefeitura de Teresina não que os índios não fiquem criando crise no ano das eleições para a Prefeitura Municipal.
Júnior do MP3 disse que os refugiados mandam dinheiro para os outros índios que estão na Venezuela e orienta eles a andar de carros de aplicativos para não serem roubados.