Nove pessoas morreram pisoteadas e pelo menos 20 ficaram feridas durante um baile funk na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, na madrugada de domingo (1º). A Polícia Civil diz que as mortes aconteceram depois de uma perseguição policial seguida de troca de tiros. Moradores e parentes de vítimas afirmam que a ação foi uma "emboscada" da polícia e que agentes entraram atirando. A Polícia Civil começa a ouvir nesta segunda-feira (2) testemunhas da ação da Polícia Militar. As informações são do G1.
Veja abaixo vídeos divulgados por moradores e pessoas que estavam no baile funk. O porta-voz da Polícia Militar, o tenente-coronel Emerson Massera, disse no domingo que os vídeos que mostram agressões de policiais serão analisados.
"Nós não temos certeza de que tudo tenha acontecido nesta madrugada, mas de alguma forma algumas imagens nos sugerem abusos, nos sugerem uma ação desproporcional por parte da polícia e evidentemente que o rigor na apuração vai responsabilizar quem efetivamente cometeu algum excesso, cometeu algum abuso.”
Frequentadores relataram muitos tiros, além de adolescentes passando mal e desmaiando pelo efeito das bombas de gás atiradas pela polícia. De acordo com a PM, agentes do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) foram alvos de disparos quando realizavam uma Operação Pancadão na região. Dois homens em uma motocicleta teriam disparado e fugido em direção ao baile funk, o que provocou o tumulto.
Os policiais do 89º DP, no Portal do Morumbi, vão ouvir frequentadores do baile, parentes de vítimas e outros policiais que ajudaram a socorrer as vítimas. Nove pessoas, sendo uma mulher e oito homens, morreram pisoteadas. Seis policiais militares que participaram da ação no baile foram ouvidos na tarde de domingo. As armas deles foram apreendidas.
De acordo com a polícia, agentes do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) realizavam uma Operação Pancadão na comunidade – a segunda maior da cidade, com 100 mil habitantes – quando foram alvo de tiros disparados por dois homens em uma motocicleta. A dupla teria fugido em direção ao baile funk ainda atirando, o que provocou tumulto entre os frequentadores do evento, que tinha cerca de 5 mil pessoas.
No entanto, os frequentadores do baile negam a versão dos PMs. A mãe de uma adolescente de 17 anos que estava no local e que foi agredida com uma garrafa disse que os policiais fizeram uma emboscada para as pessoas que estavam no baile.
O porta-voz da Polícia Militar, o tenente-coronel Emerson Massera, defendeu a atuação da tropa. Ele disse que nenhum policial fez disparos com armas de fogo e que os criminosos em fuga usaram os frequentadores para se proteger.