A Vila Irmã Dulce é considerada a maior vila do Piauí, sobretudo em virtude do seu grande aumento populacional e desenvolvimento em termos de infraestrutura.
A comunidade, que cresceu como resultado de uma invasão no ano 2000, hoje concentra mais de 40 mil pessoas e ainda tem uma série de necessidades. Mas a falta de segurança ainda é um grande problema que os moradores enfrentam.
O mercadinho onde Francisca das Chagas trabalha já foi assaltado duas vezes em menos de seis meses. As grades, que já existiam no estabelecimento, ganharam mais uma utilidade: manter os clientes e funcionários seguros para que os bandidos não assaltem durante o dia. ?Em uma das vezes foi por volta do meio-dia, tinha quatro a cinco clientes aqui.
Um homem chegou de capacete, armado e colocou a arma na cabeça do caixa. Por conta disso, sempre que o movimento é pouco, a gente costuma fechar o comércio com as grades, porque é nesse horário que os bandidos agem?, conta Francisca das Chagas.
Além dos comércios, os moradores são alvos constantes, seja transeuntes ou dentro das próprias residências. Sofia Alves, que mora há 11 anos na Vila Irmã Dulce, afirma que praticamente todos os comércios localizados na Av.
Francisco de Assis já foram vítimas.
?Já roubaram duas vezes a minha casa. Crio umas galinhas e até isso já levaram. Da última vez, além da minha, mais umas três casas que foram roubadas?, conta a autônoma, que paga um segurança para vigiar a casa.
Mas prejuízo maior foi de José Francisco de Carvalho, que já teve sua casa assaltada por três vezes. A última delas, entraram pelo teto da casa, levaram televisor, câmeras fotográficas, ventilador, entre outros itens domésticos.
Embora tenha sido apenas prejuízos materiais, ele diz que conhece os assaltantes, mas teme em dizer com medo de represálias. ?Os bandidos moram aqui na comunidade, mas não são presos. E se prendem, depois são soltos. Acho que a polícia deve reforçar mais a segurança, principalmente à noite, que é quando eles agem mais?, afirma.
Embora tenha tido a casa assaltada mais de duas vezes, o morador José Francisco de Carvalho afirma que a violência na Vila diminuiu. ?Aonde eu chego, quando falo que moro aqui na Vila, sou recebido com surpresa.
Por ser considerada bastante violenta. Mas a violência diminuiu. Foram chegando mais famílias, tem colégio, igreja, enfim, se desenvolveu, mas no meu pensar, eu acho que a Vila ainda não pode-se dizer que é tranquila, ela precisa, sim, de mais policiamento?, conta.