Vítima de acidente com 7 mortos avisou que motorista tinha bebido

Cunhado de mulher diz que Brigada Militar foi alertada sobre condutor.

Casal que morreu no acidente estava em um Vectra. | Polícia Civil/Divulgação
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Familiares do casal que morreu em um acidente com sete vítimas na noite de domingo (19), no km 698,7 da BR-392, em Roque Gonzales, no Noroeste do Rio Grande do Sul, relataram que os dois ? o motorista Jardel de Godois Ramires, de 27 anos, e a mulher dele, Márcia Perassolo Dias, de 26 anos ? estavam em uma festa na cidade vizinha de Porto Xavier antes de pegar a estrada. O Vectra deles bateu de frente com um Gol onde viajavam cinco pessoas da mesma família, que também morreram.

Segundo Claudenir Oliveira, cunhado de Márcia (casado com a irmã dela), antes do acidente a vítima havia ligado, assustada, para a mãe e alertado que seu marido havia bebido.

Ela falou que o marido estava bem embriagado. A mãe disse para ela não entrar no carro, mas ele prometeu que viria devagar", disse Claudenir. A irmã de Márcia, então, acionou a Brigada Militar (BM) para informar que Jardel estava bêbado.

A delegada responsável pelo caso, Tanea Regina Bratz, de Roque Gonzales, também ouviu a versão do cunhado. "Eles [os familiares] já haviam acionado a BM dando a informação de que o motorista estava embriagado. Disseram também que em outras vezes, agindo dessa forma imprudente, já havia colocado em risco a vida da mulher", acrescentou.

O delegado regional Afonso Stangherlin também esteve no local do acidente. Ele acredita que o Vectra trafegava em alta velocidade.

"A velocidade em que o Vectra vinha de Porto Xavier para São Luiz Gonzaga deveria ser superior a 150 km/h. A velocidade é bastante presumível porque os motores dos dois veículos foram arrancados com o choque", argumentou Stangherlin. "Nesse primeiro momento, a investigação já apontou para ingestão de bebida alcoólica", completou.

A delegada Tanea confirmou que, "pelo estado que ficaram os carros e pela marca no asfalto, chegou-se a essa conclusão preliminar" (de alta velocidade). Ela disse que a polícia solicitou exame de teor alcoólico nos motoristas dos dois veículos. Como a análise será feita em Porto Alegre, ela acredita que o resultado sairá em cerca de 15 dias.

No outro veículo, o Gol, a família que morreu com a colisão voltava de um culto religioso e, segundo a delegada, não trafegava em alta velocidade. "Eles voltavam de um culto na igreja, conversamos com familiares deles também", afirmou.

Depois de ter ouvido parentes das duas partes envolvidas na colisão, Tanea voltará a tomar depoimentos formais nos próximos dias, para acrescentar ao inquérito. "Mas já sabemos que não haverá responsabilização, já que todos os envolvidos morreram", disse a delegada.

Os corpos das sete vítimas foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de São Borja para a realização da necropsia. Os velórios devem começar na tarde desta segunda-feira em São Luiz Gonzaga, cidade onde o casal vivia, e em Porto Xavier, município onde morava a família que viajava no outro veículo.

Como foi o acidente

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Vectra e o Gol colidiram de frente e, com o impacto da batida, os motores caíram e os carros foram jogados para fora da pista. Todos morreram no local.

No Gol, estavam o motorista, Edemar Siqueira Freitas, de 55 anos; a mulher dele, Liria Kutti de Freitas, de 50 anos; o filho do casal, Nilmar Kutti de Freitas, de 30 anos; o filho de Nilmar, o menino Kaike Duarte de Freitas, de 2 anos; e a mãe de Kaike e companheira de Nilmar, Jaqueline Durão Duarte, de 18 anos.

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