O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu ordem para que o comando militar de seu país coloque as armas nucleares de represália em posição de alerta grave, depois de ouvir declarações que considerou agressivas de representantes dos países que fazem parte da Otan.
“Como vocês podem ver, países do Ocidente não só tomam medidas não amistosas contra nós na dimensão econômica —eu me refiro às sanções que todos conhecem bem e também aos principais dirigentes que lideram a Otan que se permitem fazer declarações agressivas em relação ao nosso país”, ele afirmou na TV estatal.
"Dessa forma, comando ao ministro da Defesa para que as forças de deterrência do país estejam de prontidão", disse.
Deterrência é o ato de impedir um ataque provocando um dano ao agressor —essa é uma referência a unidades militares que incluem armas nucleares.
A informação é da agência Reuters.
Governo dos EUA reagem à ordem de Putin para colocar armas nucleares em alerta
O governo dos Estados Unidos afirmou que a justificativa do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para colocar as armas nucleares de seu país em estado de alerta grave obedece a um padrão de ameaças que não existem.
A Rússia nunca esteve sob ameaça da Otan, disse a Casa Branca.
Os americanos também disseram que estão abertos a dar mais assistência aos ucranianos.
Presidente da Ucrânia diz que delegação do país vai encontrar os russos sem pré-condições
O presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, afirmou que vai enviar uma delegação para negociar com os russos sem pré-condições.
A agência de notícias RT, ligada ao governo russo, havia noticiado que os ucranianos haviam aceitado negociar e que os diálogos ocorreriam na cidade de Gomel, na Belarus.
Mais cedo neste domingo a Rússia afirmou que enviou uma comitiva a Gomel para negociar, mas os ucranianos se recusaram, pois a Belarus não é um território neutro —tropas russas partiram da Belarus para invadir a Ucrânia.
No entanto, depois disso o líder da Belarus, Alexander Lukashenko, conversou com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e esse teria sido convencido a mandar representantes para falar com os russos.
Embaixadora dos Estados Unidos na ONU: fala de Putin mostra que conflito está mais grave
Linda Thomas-Greenfield, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, afirmou que a ordem do presidente Vladimir Putin, da Rússia, para colocar as armas nucleares em alerta, mostra que o líder russo está escalando o conflito de uma maneira que é inaceitável.
Papa pede corredor humanitário e critica 'quem faz guerra'
O Papa Francisco pediu neste domingo (27) a criação de um corredor humanitário para ajudar os refugiados a saírem da Ucrânia.
Ele disse ainda que quem faz guerra não deve ter a ilusão de que estão com Deus do lado deles.
Havia bandeiras da Ucrânia na Praça de São Pedro, onde o papa se dirige aos fiéis.
Ele disse que está de coração partido, e sugeriu que se faça jejum na quarta-feira.
“Aqueles que fazem guerra esquecem a humanidade, isso não vem do povo, eles não consideram as vidas cotidianas do povo e colocam interesses partidários acima de qualquer coisa e confiam na lógica perversa e diabólica das armas, que é a coisa mais distante da mente de Deus”, afirmou ele.
“Que as armas silenciem. Deus está com aqueles que fazem a paz, não com quem usa violência. A vítima real é o povo, que paga pela loucura da guerra com a própria pele."
Manifestantes vão às ruas em Berlim para criticar a guerra
Manifestantes foram a uma das principais avenidas de Berlim, na Alemanha, para pedir o fim das agressões militares da Rússia na Ucrânia.
O chanceler Olaf Scholz, o líder do país, disse que vai aumentar o orçamento de defesa do país para mais de 2% do total das receitas. A decisão foi tomada após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A Alemanha suspendeu a autorização de um gasoduto que foi construído entre os dos países.
“Vamos investir mais em segurança no nosso país para proteger a nossa liberdade e democracia”, disse Scholz em uma sessão no Parlamento.
Explosões em Kiev durante a madrugada
Em Kiev, houve explosões na região oeste neste domingo (27). Minutos antes do estrondo, soaram as sirenes para avisar que haveria ataque.
A mídia ucraniana relatou que houve explosões e troca de tiros em uma cidade próxima.
Segundo o site Segodnya, uma ponte foi destruída perto do município de Bucha, a oeste de Kiev.
Não se sabe a ponte foi destruída por bombas russas ou pelos ucranianos, que teriam feito isso para evitar a aproximação dos russos.
Durante a noite também houve uma explosão de um terminal de óleo na cidade de Vasylkiv, segundo o prefeito da cidade, que fica a sudoeste de Kiev.