Apesar da atual situação frágil da economia dos Estados Unidos e da Europa intensificar os temores de uma nova recessão mundial, a Volkswagen ? maior montadora da Europa e segunda maior do mundo, atrás apenas da norte-americana General Motors ? acredita que ainda não há motivos para preocupação. O presidente do Conselho de Supervisão da empresa, Bernd Osterloh, declarou ao periódico norte-americano The Wall Street Journal que ?não há indícios claros de que a demanda por veículos esteja diminuindo?.
Osterloh garante que acontece exatamente o contrário: a demanda está aumentando e a Volkswagen já precisa introduzir turnos extras em suas fábricas para garantir a produção suficiente. Para o executivo, mesmo se a previsão de crise se materializar, a montadora alemã conseguirá cumprir a meta de vender 10 milhões de carros e caminhões em 2018.
A Volkswagen já anunciou que pretende se tornar a maior montadora do mundo em sete anos ? e Osterloh tem convicção de que a empresa conseguirá manter os planos. Se não houver recessão efetiva na economia global nos próximos anos, o executivo acredita que a alemã conseguirá até mesmo antecipar o resultado.
Durante a última recessão global, em 2008, as montadoras assistiram a queda vertiginosa do mercado automobilístico, principalmente em decorrência do desemprego e da dificuldade de concessão de crédito. Contudo, o aumento de vendas nos países emergentes ? especialmente a China ? fez a recuperação financeira dos grandes grupos automotivos acontecer antes do esperado.
Porém, como noticiou MotorDream na última quarta-feira, a tendência atual do mercado europeu é a retração. Dos cinco grandes mercados do continente ? Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Espanha ?, apenas o país germânico apresentou crescimento nas vendas de julho em relação ao mês anterior. Ainda assim, a Volkswagen mantém a meta de fechar o ano com a venda recorde de 8 milhões de carros e caminhões em todo o mundo.
Segundo a marca, o mês de julho apresentou alta de 16,3% em suas vendas globais, quando comparado ao mesmo mês de 2010. Com as demais marcas do grupo, como Audi, Skoda e Seat, a alemã entregou 665.600 veículos em todo mundo, contra 572.100 em julho do ano passado. A aposta da Volkswagen está cada vez mais concentrada nos mercados emergentes, como China, Brasil e Rússia ? além da tentativa de expandir sua participação no mercado norte-americano ante a consolidação cada vez maior das marcas japonesas e coreanas.
Se na Rússia e na China a montadora alemã vem registrando crescimento significativo ? 50% no mercado russo e 13% no chinês no primeiro semestre de 2011 em comparação com o mesmo período de 2010 ?, nos Estados Unidos a Volkswagen ainda não conseguiu emplacar sua maior aposta. O sedã Passat continua atrás de concorrentes como Toyota Camry e Honda Accord.