Foi realizada na manhã desta quarta-feira (27) uma reunião com o governador Wellington Dias, no Palácio do Karnak, solicitada pela Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste – FRUNE, com a participação do Sindicato dos Urbanitários do Piauí – SINTEPI. A reunião, que teve a presença do secretário de Governo, Merlong Solano, dos deputadores estaduais da bancada petista Flora Izabel e Francisco Lima, além do vereador Edilberto Borges de Oliveira, o Dudu, foi considerada positiva pelos dirigentes sindicais, uma vez que todo o setor elétrico no país passa por uma crise, sendo, segundo eles, tomado por grupos do setor privado, porém, o governo federal comete um grave engano ao privatizar setores essenciais, como água e o setor elétrico.
Manter a Chesf pública é vital para a água e energia do Nordeste. Com essas palavras, o governador se comprometeu a levar o assunto para o Fórum de governadores do Nordeste e para a bancada federal em Brasília. Além disso, deve haver uma reunião no dia 14 de março, em Brasília, provavelmente com a presença do presidente Jair Bolsonaro, na qual Wellington Dias vai defender a manutenção do Centro de Operações da Chesf no Piauí e se posicionar contra privatização da mesma. Os diretores da FRUNE, Fernando Neves e Mozart Bandeira entregaram ao governador um dossiê que aborda os efeitos da privatização da Chesf, os quais reafirmam a importância para o Nordeste da companhia continuar pública.
“O Estado do Piauí é um Estado gerador de energia, somos o terceiro maior gerador de energia solar, o quinto maior gerador de energia eólica, somos geradores de energia hidrelétrica, biomassa e também de termoelétrica, a partir da queima de combustível, ou seja, é necessário, portanto, que a Chesf tenha um centro de operações em atividade para o controle desses polos sistemas de energia. Tanto eu, quanto a bancada estadual e federal estamos juntos na defesa. Da mesma forma, compreendo, junto com todos os nove governadores do Nordeste, que é muito estratégico para o desenvolvimento da região a Chesf e o Banco do Nordeste, por essa razão defendemos que permaneçam aqui, inclusive, com a capacidade de atuar na economia própria da nossa região”, disse Dias.
Dias lembrou de um apagão de energia causado pela derrubada de uma torre em Canto do Buriti (município ao sul do Piauí), que resultou na falta de energia no Norte e no Nordeste. Segundo ele, o Centro de Operações da Chesf é o setor responsável para detectar e buscar as soluções para possíveis falhas, como essas, na rede. O presidente do SINTEPI, Paulo Sampaio, lembra que o Setor de Operações da Chesf conta com técnicos especializados e capacitados, tendo somente em Teresina 25 profissionais do Centro de Operações, além de suporte de cerca de 200 trabalhadores desse setor distribuídos em todo o Estado. “Tirar do Piauí um órgão estratégico para o nosso Estado e parte do Maranhão é, no mínimo, uma discriminação do Governo Federal, além de trazer consequências negativas para o desenvolvimento do nosso Estado”, criticou.
Sobre a defesa dos mais de dois mil empregados da Cepisa, o governador falou da necessidade que os trabalhadores concursados possam recorrer junto à União e a Eletrobras Holding, em nome de uma solução para os concursados que foram afastados e/ou demitidos. “Já existe o plano de desligamento, o PDV. Mas é preciso tratar com a Eletrobras sobre o plano de aposentadoria a que tinham direito antes da privatização e os direitos da categoria; foi por isso que a empresa, ao assumir a Cepisa recebeu, como previsto, todo o seu passivo. Cabe aos servidores caminharam nessa direção”, disse Dias. Vale lembrar que o SINTEPI tem pelo menos 12 ações contra a Equatorial e contra demissões sem justificativa em andamento, inclusive tramitando no TST. A Equatorial desrespeitou, ao já afastar de seus quadros, mais de 700 trabalhadores e no caso dos demitidos, ignorou o Acordo Coletivo de Trabalho nacional, que estará em vigor até 30 de abril deste ano, o qual entre várias cláusulas proíbe demissões sem justa causa.
Para Sampaio, a Equatorial não tem promovido um diálogo com os trabalhadores da extinta Cepisa e nem com o Sindicato e isso é uma falha da entidade. “É preciso haver diálogo, pois quem faz a companhia são os trabalhadores. Soubemos que está havendo até a negativa da empresa em receber empresários piauienses que trabalhavam junto à Cepisa. O governador Wellington Dias também se posicionou contrário a essa postura, pois, certamente, deixaria de gerar emprego e renda para o Piauí. O Governo do Piauí já havia solicitado à Equatorial que esteja aberta a parcerias com empresas piauienses”, defendeu. Sobre a Agespisa, o grande problema atual é o risco de exoneração de 107 trabalhadores que correm o risco de perderem seus empregos, após uma ação ganha pelo Ministério Público do Trabalho no Piauí, pedindo a exoneração dos trabalhadores que ingressaram na empresa sem concurso público após 1989. Dias afirmou que vai buscar alternativas para que esses trabalhadores não sejam prejudicados.