Wellington Dias (PT), governador do Estado do Piauí, disse durante entrevista ao Metrópoles que é contrário ao texto da reforma da Previdência apresentado pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). Ele defende, no entanto, que o Congresso construa uma proposta alternativa de mudança nas regras da aposentadoria, sob pena de colapso das contas públicas.
Dias sugere que a Casa trabalhe pautas que promovam o crescimento da economia e a geração de emprego. Caso o governo não se atente a uma reforma e ao desenvolvimento econômico, avalia o governador, ao menos 19 estados brasileiros, em seu cálculo estimado, entrarão em colapso até 2022.
“Não estou falando de muito tempo não. Estou falando de agora. E não é só a questão da Previdência. Tem que ter Previdência e tem que ter a capacidade de fazer a economia crescer”, alertou o governador.
Assista:
O governador tem sido um importante interlocutor dos governadores do Nordeste e tem conversado com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre a necessidade de o Legislativo, em articulação com os demais chefes estaduais e prefeitos, assumir o protagonismo de construção de uma proposta.
O petista está em seu quarto mandato à frente do estado nordestino. Todas as vezes que ascendeu ao cargo, foi eleito ou reeleito no primeiro turno. Em entrevista ao Metrópoles, ele disse ainda que o país não pode parar devido à reforma da Previdência.
“A pauta do povo não pode ser só Previdência. Temos que cuidar da Segurança, temos que cuidar da pauta da Economia, acelerar o crescimento, gerar emprego, gerar renda. Precisamos cuidar da pauta da Saúde. Estamos tendo um certo retrocesso em algumas áreas. A Educação passa por um momento delicado, o que afeta a parte social”, ponderou Dias.
“O caminho é uma proposta do Congresso [para a Previdência]. Disse isso nesta semana ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e, na semana passada, ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e para um conjunto de líderes, inclusive do meu partido. O objetivo é alcançar o equilíbrio atuarial”, afirmou. “Eu, os 27 governadores de estados e do Distrito Federal temos a compreensão de que é necessário adequar medidas”, ressaltou.
Ao comentar a relação de Bolsonaro com o Parlamento, Dias relata o que ouviu dizer: “O que ouço é que ela é quase inexistente”, contou. “O interlocutor tem sido o presidente da Câmara e, de vez em quando, ele diz que não vai fazer mais”, prosseguiu.