Wesley Murakami, o médico acusado de deformar rostos de dezenas de pacientes, não pode mais atuar no Brasil. Nos Conselhos Regionais de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) e de Goiás (Cremego), o registro do doutor consta em situação de “interdição cautelar” desde 14 de dezembro por prazo indeterminado, até julgamento de processo ético.
Na prática, isso significa que ele não pode mais exercer a profissão. Em Goiânia e no DF, as polícias registraram 28 denúncias contra o profissional.
O advogado do médico, André Bueno, informou que o profissional já havia suspendido os novos atendimentos quando surgiram as primeiras denúncias, seguindo orientações dos conselhos. Apesar disso, ele diz que a defesa ainda não foi notificada formalmente da suspensão e vai aguardar para se posicionar a respeito.
“Tomei conhecimento em Goiânia, vou à Brasília nesta semana para saber qual é o teor da interdição parcial”, disse.
Murakami se tornou alvo de processo ético após as denúncias. Ele deve passar por julgamento e, caso seja condenado, poderá até mesmo ter o registro profissional cassado definitivamente. Procurado, o Cremego afirmou que a decisão foi tomada pelo CRM-DF. No município goiano, a instituição aguarda a documentação para encaminhar para a publicação de um edital público informando que Murakami não pode mais atuar. Contudo, a decisão do conselho distrital é valida em todo território nacional. Uma coletiva de imprensa amanhã deve apontar os argumentos para a determinação.
No Distrito Federal, as investigações são tocadas pela coordenação de Repressão a Crimes contra o Consumidor, Ordem Tributária e Fraudes. De acordo com o delegado Wisllei Salomão, todas as 14 vítimas que já procuraram a polícia foram ouvidas e encaminhadas para exames no IML.