João Marce
A zona Norte de Teresina chega a registrar 33% dos homicídios de toda a capital piauiense, segundo dados registrados no relatório de indicadores da criminalidade da Secretaria de Segurança Pública. Seja por latrocínio, acerto de contas ou enfrentamento de membros de grupos criminosos rivais, a região é uma das mais violentas da cidade. Segundo o delegado Francisco Costa, conhecido como Bareta, responsável pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a falta de trabalhos de assistência social em comunidades pobres da região é um dos fatores determinantes para essa realidade.
“No ano passado, nós tivemos um número muito alto de ocorrências nessa região norte. Devido a isso, fizemos um planejamento que será operacionalizado juntamente à Polícia Militar para manter uma vigilância e presença mais eficiente naquela área. É uma região onde ainda são muito presentes as bocas de fumo, tráfico de drogas e brigas de gangues e tudo isso reforça a violência nessa área”, fala o delegado Bareta.
Outro ponto que ele destaca como fator que reforça a violência na região Norte é a presença de vilas e assentamentos onde ainda não existe um acompanhamento efetivo do poder público, o que possibilita o surgimento de áreas com crimes. “Essas vilas só são visitadas em épocas de eleições, com promessas, mas não existe um trabalho de assistência voltado para a educação, profissionalização, geração de emprego e renda para as pessoas dessas vilas. Somente a repressão policial não irá resolver o problema", aponta o delegado.
Bareta aponta ainda que a zona Sul também apresenta índices elevados de homicídio e violência. "Caso a gente faça um comparativo dos números da zona Norte e zona Sul, eles se assemelham, e se formos comparar os motivos desses casos, ai é que a semelhança é percebida mesmo".
A progressão criminosa também é frisada pelo delegado. "Temos criminosos que são detidos e já voltam para a sociedade praticando o crime. Nós já levamos um pedido para outras instituições, como o Ministério Público, para trazer um trabalho conjunto para fortalecer a segurança para a população".
Videomonitoramento
Na última quarta-feira (16), o sistema de videomonitoramento do Lagoas do Norte foi reativado pela Secretaria de Segurança (SSP-PI). No total, são 26 câmeras, orçadas em R$ 1 milhão. As imagens capturadas pelas câmeras são enviadas para um ônibus estacionado no local, que contará com a presença de dois policiais militares e dois guardas municipais. Além disso, o sistema contará com o apoio de policiamento ostensivo, que possibilitará uma resposta rápida e efetiva sempre que necessário. O objetivo é reduzir o índice e manter a região mais segura.