Neste dia 25 de Maio em que as oportunidades de emprego no campo estão cada vez mais escassas, e a realidade nas cidades não é diferente: a construção civil e demais setores não dão conta de empregar a mão-de-obra ociosa no mercado. O desemprego, que facilita a exploração de mão-de-obra barata, tem sido o problema social de maior amplitude, não só no Brasil, mas também em países mais desenvolvidos.
É preciso que os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais brasileiros, já que todos são ligados ao MST, obtenham mais conquistas para conseguirem melhorias no transporte dos trabalhadores, que passe de caminhão para ônibus, aquisição de ferramentas, crédito rural fácil e sem burocracia, roupas mais adequadas para reduzir os riscos de acidente de trabalho e principalmente na área da saúde, todo trabalhador tem que ter pelo menos acesso à saúde pública básica.
Parte desta situação é histórica, visto que o processo de colonização por qual passamos influenciou, em parte, a relação entre o homem da cidade e o homem do campo. A busca pela riqueza em nosso país, naquela época, fez crescer a exploração da mão de obra (indígena num primeiro momento e escravo de origem africana num segundo período). Hoje o retrato do trabalhador rural não é muito diferente. Basta ir para os confins de nosso país, onde as terras não são de ninguém, ou melhor, de posseiros e ver de perto a triste situação do trabalhador rural.
Por outro lado, outro ambiente do trabalho rural se desenvolveu no país, o do Agronegócio. Este novo cenário, localizado, principalmente, na região Sul, surgiu junto com o bom desempenho econômico aliado ao desenvolvimento tecnológico, que ampliou a capacidade de produção e exportação no campo. A soja, principal causa desse "boom no campo", ajudou sem dúvida, muitos trabalhadores rurais a terem sucesso e fartura.
Apesar do abismo econômico e social existente entre esses dois "mundos", a essência do trabalhador rural e a forma com que ele busca lutar para viver dignamente é a mesma, seja no Sul ou nos cantos esquecidos do Norte e Nordeste do país. E faz dele um importante personagem fiel as suas raízes e tradições do que é o homem do campo no Brasil. Seu valor humano e histórico é, sem dúvida, essencial para firmarmos uma de nossas inúmeras identidades e valores. Parabéns Homem do Campo.
José Augusto S. de Oliveira (Cabeça)
Técnico Agrícola
Esp. Irrigação e Drenagem
Membro Inovagri
Colaborador Greenpeace Brasil
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.