Agribusiness & Irrigação - Desafios deste Século

Agribusiness & Irrigação - Desafios deste Século

Irrigação |

A globalização contribui para disponibilizar máquinas e equipamentos, sementes, fertilizantes e defensivos com tecnologia de ponta aos agricultores de quase todo o mundo.

No artigo abaixo, o amarantino, José Augusto, Especialista em Irrigação, detalha a importância do Agribusiness (Agronegócio) e da Irrigação no Brasil como desafios deste século.

AGRIBUSINESS & IRRIGAÇÃO - DESAFIOS DESTE SÉCULO

A agricultura irrigada é um grande investimento e um instrumento poderoso de manipulação nutricional. Pode-se induzir e liberar as plantas de stress hídrico sempre que necessário, pode-se obter safras fora de época com preços atraentes, pode-se suprir os nutrientes de forma proporcional à demanda em cada etapa fenológica dos cultivos. Há instrumentos que permitem conhecer detalhes da umidade do solo, pH, nível de salinidade, perdas por lixiviação, concentração de nutrientes disponíveis, e com grande rapidez efetuar as correções para uma nutrição equilibrada, com otimização de resposta das plantas. O conhecimento dessas técnicas é fundamental para que o investimento em sistemas de irrigação possa gerar lucros sempre maiores e mais rápidos. A irrigação é um dos principais instrumentos para manter o agricultor no campo e possibilitar seu desenvolvimento econômico e social. Pode-se até mesmo dizer que a irrigação transformou o uso e a exploração das terras e a sociedade humana como nenhuma outra atividade havia feito anteriormente. Não obstante, registros históricos reportam que muitas civilizações da antiguidade, cuja atividade agrícola esteve baseada na agricultura irrigada, ruíram em função do uso inadequado da água.

O conceito de ?Agribusiness? (Agronegócio) foi proposto pela primeira vez em 1957, por Davis e Goldberg como a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, processamentos e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos apartir deles. O Agronegócio, no Brasil deve ser desenvolvido com muito mais apoio tanto para o mercado externo, como também para o imenso mercado interno que está se tornando cada vez mais exigente em qualidade de consumo para frutas e hortaliças. As exportações do agronegócio em 2007 segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento totalizaram US$ 58,415 bilhões, um recorde histórico para o setor. Em relação a 2006, as exportações apresentaram um aumento de US$ de 8,992 bilhões, o que significou uma taxa de crescimento de 18,20%.

O Brasil é um país privilegiado em todos os recursos naturais e tem vocação agrícola para ser líder mundial em vários cultivos. Em agricultura intensiva com irrigação estamos gerando também muitos empregos diretos e indiretos no setor, fortalecendo a economia nas regiões dos agropólos irrigados. A região Meio-Norte do Brasil, formada pelos Estados do Piauí e Maranhão, ocupa uma área de 585.744 km2, representando 38% da região Nordeste (IBGE, 2000). As águas superficiais estão quase que totalmente inseridas na bacia do rio Parnaíba, com uma área total de 330.400 km2 (Embrapa, 1989). Essa região apresenta elevado potencial para exploração agrícola sob irrigação devido à sua boa disponibilidade de solos e recursos hídricos, em seus diferentes agroecossistemas. Atualmente, as principais áreas irrigadas da região Meio-Norte são: (1) Distrito de Irrigação dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí, em Parnaíba; (2) Distrito de Irrigação do Açude Caldeirão, em Piripiri, PI; (3) Distrito de Irrigação dos Platôs de Guadalupe, em Guadalupe, PI e (4) Distrito de Irrigação do Morro dos Cavalos, em Simplicio Mendes, PI. No Estado do Maranhão, destacam-se como promissores os (1) Distritos de Irrigação dos Tabuleiros de São Bernardo, em São Bernardo e o (2) Distrito de Irrigação de Flores, em Joselândia.

A competição internacional é muitas vezes desleal e cada governo tenta proteger sua agricultura com incentivos e subsídios. Nos paises desenvolvidos isso ocorre em larga escala sob pressão dos grupos e associações rurais que têm amplo apoio político em seus paises, a pesar de todas as reclamações do resto do mundo para ter acesso a esses mercados de forma mais competitiva. Um bom exemplo de incentivo em um país intermediário é o que vem ocorrendo no México que mesmo não tendo condições de subsidiar sua agricultura, resolveu de forma inteligente não taxar com impostos os meios de produção, como sistemas de irrigação, fertilizantes solúveis, plásticos e telas para estufas. Produtos locais ou importados que são utilizados para produzir agricultura, não são taxados ao longo do ciclo de produção, e apenas o produto final é taxado, evitando impostos em cascata.

José Augusto S. de Oliveira (Cabeça)

Técnico Agrícola

Especialista em Irrigação e Drenagem

Membro do INOVAGRI

Filiado a ABID



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

Tópicos
SEÇÕES