Artigo do amarantino José Augusto (Cabeça) sobre o Dia Mundial do Solo

Artigo do amarantino José Augusto (Cabeça) sobre o Dia Mundial do Solo

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No último dia 5 de dezembro (quarta-feira) comemorou-se o dia mundial do solo e a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), em sua sede, em Roma, realizou uma sessão especial com o tema ?Securing healthy soils for a food secure world? (Garantindo solos saudáveis para um mundo seguro em alimentos).

As relações solo-homem têm sido muito pouco discutidas no Brasil e se intensificaram um pouco mais frente aos graves problemas ocasionados pelos desastres naturais que têm, periodicamente, assolado inúmeros estados e municípios do país, mais especificamente, nas áreas litorâneas dominadas pelo ecossistema, dominado pela Serra do Mar. São inúmeros os episódios ocorrentes anualmente, por ocasião das chuvas, desde Santa Catarina até o Espírito Santo. Os prejuízos relacionados a perdas humanas e materiais decorrentes destes eventos têm preocupado e motivado os governos e a sociedade civil organizada no sentido de pesquisar e entender melhor esses episódios.

Não obstante esses fatos, pouco se fala sobre o solo como meio capaz de sustentar a vida no planeta e que se encontra ameaçado também por ações do homem em práticas predatórias. No Brasil, por exemplo, são perdidos milhões de toneladas de solo anualmente nos diversos sistemas de uso desse recurso natural e cuja imagem mais recorrente é a de rios impregnados de sedimentos.

Servir como meio básico para a sustentação da vida e de habitat para pessoas, animais, plantas e outros organismos vivos; manter o ciclo da água e dos nutrientes; servir como meio para a produção de alimentos e outros bens primários de consumo; agir como filtro natural, tampão e meio de adsorção, degradação e transformação de substâncias químicas e organismos; proteger as águas superficiais e subterrâneas; servir como fonte de informação quanto ao patrimônio natural, histórico e cultural; constituir fonte de recursos minerais; e servir como meio básico para a ocupação territorial, práticas recreacionais e, propiciar outros usos públicos e econômicos, são as principais funções do solo. E dessa forma, o solo deve ser considerado como elemento fundamental para a sustentação e sobrevivência do homem na face da terra.

As empresas de pesquisa agropecuária e extensão rural e outras importantes organizações científicas brasileiras nesses setores, tem a obrigação de focar como uma de suas responsabilidades e prioridades, o tema solo, sendo também seu papel mostrar que a ciência, a tecnologia e a inovação estão disponíveis principalmente para a prática de uma agropecuária comprometida com a conservação do solo e a sustentabilidade ambiental.

Que o dia 5 de dezembro fique marcado como um dia de reflexão e que motive os pesquisadores, extensionistas, produtores rurais, governos federal, estaduais e municipais e, principalmente a sociedade civil, a priorizar a conservação e cuidados com o uso e qualidade do solo, como um fator de sobrevivência do homem na face da terra.

José Augusto S. de Oliveira (Cabeça)

Técnico Agrícola

Especialista em Irrigação e Drenagem

Membro INOVAGRI

Filiado ABID

Colaborador GREENPEACE BRASIL



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

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