Em 1890 teve inicio uma intendência municipal com a paróquia de São Gonçalo de Amarante querendo a intendência chamar ao seu domínio o cemitério de São Gonçalo. Valendo-se de um decreto republicano o cemitério esteve interditado, nessa ocasião faleceu Auta, mulher que quando moça residia na residência do Sr. Jerônimo Antonio da Cunha e Silva onde prestava serviços de "Ama" à sua filha Dona. Tendo ela deixando esse emprego por haver tido o infortúnio de cair nos laios da sedução, nasceu-lhe um filho do ventre minado de doenças, por fim a tuberculose partiu-a num mísero casebre do lugar. Certo dia, da Emilia, esposa do Sr. Jerônimo, num passeio pela cidade, encontrou-a naquela angustiante situação, acolheu-a novamente dando-lhe assistência até sua morte, que não tardou. Quando foram tratar do enterro estavam proibidos os sepultamentos no cemitério paroquial. Então o Sr. Jerônimo revoltado com a proibição injusta, mandou sepultá-la do lado de fora. Bem próximo à porta do cemitério, razão pela qual o povo encarregou-se de acreditar ter a finada Auta "uma alma milagrosa" e fazer-lhe promessa dizendo ser atendido.
SOBRE SUA SANTIDADE HÁ DUAS VERSÕES:
A primeira diz que, ao terminar a questão, abriram a sepultura a fim de ser transladado o seu corpo para o cemitério e a enxada trancou-lhe no rosto e do ferimento verteu sangue; havendo, portanto, sinais de santidade, cobriram-na de terra novamente e deixaram-na permanecer no mesmo lugar.
A outra versão, "a que mais corre de boca em boca", desconhece a questão do cemitério e diz que negaram a sepultura à finada Auta por ela ser mulher "da vida", separada das outras, por não ser digna de ficar com elas, então, penalizadas pela humilhação imposta, começaram a fazer promessas à sua alma sofredora e serem atendidas, espalhando-se então a devoção.
Ali, naquele mesmo lugar, o povo ainda hoje visita, e com maior fervor na devoção, a cova da finada Auta, como é conhecida. Os fiéis acende-lhe velas ao pagar as suas promessa alcançadas. Sua catacumba um devoto a mandou construir e está sempre enegrecida da constante fumaça das velas.
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