Terão início, no próximo sábado (27), as gravações de um documentário sobre a finada Auta. A idealização é da FUNDAC, Fundação Cultural do Piauí, através do diretor de Artes Visuais Gustavo Carvalho (Guga), que levará o Museu Odilon Nunes a participar da 5ª primavera dos museus, promovida pelo IBRAM, Instituto Brasileiro dos Museus, cujo tema é ?Mmulheres, Museus e Memórias?.
O evento acontecerá de 19 a 25 de setembro, período em que estará pronto todo o documentário. Segundo Chico Neto, diretor da Casa de Cultura, o roteiro, o cenário, os artistas já estão preparados para o início das gravações.
A expectativa em relação ao documentário é a melhor possível. Será também uma homenagem justa à mulher amarantina. ?Esse valor da nossa cultura iremos levar para este grande acontecimento?, disse o diretor.
Coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/Ministério da Cultura), a Primavera dos Museus é realizada anualmente na semana do início da estação. O objetivo é sensibilizar os museus e a comunidade para o debate sobre assuntos da atualidade.
CONHEÇA A HISTÓRIA DA FINADA AUTA
Em 1890 teve inicio uma questão envolvendo a administração municipal com a paróquia de São Gonçalo de Amarante, querendo o município chamar ao seu domínio o cemitério de São Gonçalo. Valendo-se de um decreto republicano, o cemitério esteve interditado, ocasião em que faleceu Auta Rosa, mulher que quando moça residia na casa do Sr. Jerônimo Antonio da Cunha e Silva, onde prestava serviços de Ama de sua filha. Tendo ela deixado esse emprego, por haver tido o infortúnio de entrar nas malhas da sedução, nasceu-lhe um filho do ventre minado de doenças, por fim a tuberculose a deixou prostrada num misero casebre dos arrebaldes. Certo dia, dona Emilia, esposa do Sr. Jerônimo, dando um passeio pela cidade, encontrou-a naquela angustiante situação acolheu-a novamente dando-lhe assistência até sua morte que não tardou. Quando foram tratar do enterro estavam proibidos os sepultamentos no cemitério paroquial. O Sr. Jerônimo, revoltado com a proibição injusta, mandou sepultá-la do lado de fora, bem próximo á porta do cemitério. Com isso o povo encarregou-se de atribuir à finada Auta uma alma milagrosa e fazer-lhe promessa dizendo ser atendido.
SOBRE A SANTIDADE, HÁ DUAS VERSÕES:
Uma diz que, finalizada a questão, abriram a sepultura a fim de ser transladado o seu corpo para o cemitério, instante em que a enxada atingiu-lhe no rosto e do ferimento verteu sangue tendo se santificado. Naquele instante cobriram-na de terra novamente e deixaram-na permanecer no mesmo lugar.
A outra versão, a mais comum entre todos, desconhece a questão do cemitério e diz que negaram a sepultura à finada Auta por ser mulher da vida, devendo ela ser enterrada separada das outras, por não ser digna de ficar com elas. Penalizada pela humilhação imposta, a população começou a fazer promessa à sua alma sofredora e serem atendidas espalhando-se a devoção.
Ali, naquele mesmo lugar, o povo ainda hoje visita a cova da finada Auta, como é conhecida, acendendo-lhe velas ao pagar as suas promessas. A sua catacumba um devoto a mandou construir e está sempre enegrecida da constante fumaça das velas.
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.