Uma nova discussão está aberta: Amarante surge de um aglomerado de pessoas na margem do rio Parnaíba, na desembocadura do rio Canindé, onde atualmente se encontra a cidade, ou o seu início se relaciona com os nichos populacionais existentes nos arredores onde estão, em sua maioria, comunidades negras? Historiadores como Noé Mendes e Josias Clarence afirmaram que o município é um dos mais antigos do Piauí, remontando do início do século XIX, antes da independência do Brasil.
O conjunto arquitetônico de Amarante, um dos mais harmoniosos do Nordeste brasileiro, mostra as características de uma herança colonial portuguesa, destoando de todo o casario de outros municípios do Médio Parnaíba que, em sua totalidade, são representativos de uma sociedade do século XX. As ruas estreitas e disformes trazem aos visitantes uma ideia de São Luís ou Salvador de mangas curtas. A ?Casa dos Azulejos?, na Avenida Desembargador Amaral, não foi a única construída assim. Francisco Félix, atento conhecedor da história de Amarante, disse que pelo menos 15 casas possuíam azulejos em sua estrutura externa. Esses casarões foram reformados pelo vício da modernidade.
Amarante prossegue com seus mistérios onde escritos imprecisos não irão justificar o seu surgimento. Há uma necessidade dessa visão antropológica, desse estudo onde uma história carregada de fatos e notas nem sempre confiáveis, pereçam diante da força da sociologia, da formação, dos surgimentos dos grupos habitacionais. E nesse contexto, os semblantes de Noé Mendes, Josias Clarence e Francisco Félix, sejam as estátuas da verdadeira epopeia desse povo que se orgulha em ser amarantino.
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