Reportagem que o blogueiro produziu durante a Feira dos Municípios, que terminou no último sábado em Teresina, mostrou importantes experiências que estão dando certo na área de responsabilidade ambiental. Os Objetivos do Milênio estão sendo buscados em várias cidades piauienses. O nosso planeta depende muito disso e nós, como cidadãos e cidadãs, não podemos deixar de lutar por um mundo muito melhor para os nossos filhos e netos e até por muitos que ainda vão nascer. VEJAM A MATÉRIA NA ÍNTEGRA:
(Este palhaço foi feito com garrafinha pet de pichula e tampinhas de plástico)
(O que dizer deste caça? Foi todo feito com o aproveitamento de talo de buriti, um subproduto da planta que se perdia na mata)
Feira reflete a consciência ECOLÓGICA
Djalma Batista
Editor do Piauí
A Feira dos Municípios, que foi encerrada ontem em Teresina, após mostrar de forma positiva as riquezas do Piauí e favorecer muitos negócios, revelou a consciência ecológica como forte conceito de várias cidades piauienses. Um grande número de estandes tinha exposição de produtos feitos a partir da reciclagem e do aproveitamento de matérias-primas que, até então, se perdiam no lixo.
Eram tantos produtos reciclados que estava difícil classificar os mais importantes. Um grupo de mulheres artesãs de Piracuruca mostrou um amplo mix de produtos feitos com garrafa pet, como bolsas femininas, porta-trecos, pulseiras, brinquedos, objetos decorativos e até um aparelho que é usado por crianças que têm dificuldade para falar e por pessoas em tratamento de AVC ou derrame.
?Este aparelho, que é indicado por fonoaudiólogas, é feito com garrafa pet, bolinhas de isopor, tecido de filó e EVA para decorar?, explica Maria Benedita Viana, tesoureira da Associação das Artesãs Arte da Terra, em Piracuruca. De Caracol, revelando as pinturas rupestres exclusivas, o prefeito Nilson Fonseca Miranda apresentou na feira as vassouras de garrafas pet, confeccionadas por jovens assistidos pelo CRAS. ?Hoje a nossa preocupação com a ecologia é tanta que as garrafas pet não vão mais para o lixo?, disse Nilson.
O que também chamou a atenção na feira foi a exposição de tijolos ecológicos feitos de rejeitos das extrações de opala em Pedro II e de barro em Esperantina. Os tijolos, além do aproveitamento de matéria-prima que antes não tinha utilidade, dispensam a queima, evitam novas escavações e emissão de gás carbono na atmosfera. Com o tijolo, segundo o coordenador do projeto e da Obra Kolping, Raimundo João, é possível construir uma casa gastando apenas R$ 14 mil, enquanto que com o tijolo tradicional o custo seria de R$ 20.
De Piripiri, o empresário Márcio Ângelo instalou na feira um estande com suas joias de decoração fabricadas com alumínio reciclado. São peças variadas com um acabamento tão perfeito, que despertaram o interesse do renomado estilista Walter Rodrigues e de empresários do Sul e Sudeste.
?No Piauí Sampa, em São Paulo, o Walter Rodrigues disse que conhece trabalhos semelhantes a este, mas com o acabamento que fazemos ainda não viu em nenhum lugar do mundo?, falou Márcio.
(Empresário faz peças decorativas com alumínio reciclado em Piripiri)
(Aparelho feito de garrafa pet é indicado por fonoaudiólogas para ajudar a melhorar a fala e auxiliar reabilitação de pessoas com derrame)
(Bolsas feitas com aproveitamento da palha de milho em Vila Nova do Piauí)
(Sabão feito com gordura de cozinha que seria jogado no meio ambiente)
(Tijolo ecológico de projeto social da Obra Kolping, que tem investimento pioneiro no Piauí que foi indicado pelo ODM)
(Vassoura feita de garrafa pet no município de Caracol, que tem o Nilson Fonseca como prefeito)
?Cidade Poesia? do Piauí é destaque na reciclagem
A consciência ecológica estava presente em vários estandes da Feira dos Municípios, mas um em particular chamou muito a atenção, que foi o da cidade de Vila Nova do Piauí. O estande do município mostrou um artesanato feito com matérias-primas que, caso não fossem aproveitadas, seriam desperdiçadas no lixo ou nas matas; e até um sabão produzido a partir do aproveitamento das gorduras de frituras.
?Os restos de gordura, ao invés de serem jogados nos esgotos ou na natureza, são aproveitados na fabricação de sabão, que é cheiroso, e na geração de renda?, explicou Anselma de Jesus, uma das coordenadoras do estande.
Uma árvore de natal exposta num canto do estande não parecia, mas foi feita com flores de coco babaçu que secaram antes de dar frutos. Não faltaram surpresas. Tinha o abajur feito de talos de coco e de carnaúba e uma grande variedade de bolsas femininas e arranjos florais feitos com palha de milho. Para se ter ideia, uma das bolsas custa R$ 150. A produção tem um cunho social significativo por garantir renda para mulheres que fazem parte da Associação de Artesãs do município.
Além disso, Vila Nova valorizou a gastronomia local, com a apresentação dos doces de gergelim, manga, goiaba, leite, mamão e banana, mel e manteiga da terra; e revelou-se como a ?Cidade Poesia? por ter quatro poetas e vários escritores, a maioria deles representados com li-vros numa estante. (D.B.)
(Porta-treco feito com restos de pedra das minerações de quartzito e de pedriscos)
(Raimundo João, o coordenador da Obra Kolping, ensina como fazer a base de mesa com tijolos ecológicos)
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.