A suposta venda de um bebê com apenas um dia de vida está sendo apurada pela Delegada Regional de Campo Maior, Ana Luiza Marques. A mãe do recém-nascido deu à luz em uma clínica particular, nesta quarta-feira (19) e a falta de intimidade entre a jovem e a suposta compradora, que seria do Estado do Paraná, causou desconfiança. Há suspeita de tráfico de pessoas. O bebê seria levado por R$ 1.500.
Segundo Ana Luiza, a mãe é natural do município de Capitão de Campos, distante 126 km de Teresina, e teria conhecido a paranaense em um site de relacionamento, vinculado a adoção. O contato entre as duas teria se dado há cerca de três meses e pelo suposto acordo, a acusada pagaria o parto da mãe, no valor de R$ 1.500, em troca do bebê. Durante todo o dia de ontem, as duas foram monitoradas, inclusive o celular da suspeita. Com o acompanhamento do Conselho Tutelar da Criança e Adolescente de Capitão de Campos.
"Elas não se conheciam, não tinham intimidade. Até o momento, não foi constatada a questão da venda, mas foi constatado que a mulher de fato veio ao Piauí para pegar a criança. Tivemos provas também de que toda a família da paraense já sabia da existência do bebê", explica à delegada.
A acusada já foi identificada e prestou depoimento. A polícia apreendeu a passagem que L.S.B., 30 anos, usaria para deixar o Piauí. Ela não foi presa porque não houve flagrante.
A mãe do bebê não foi ouvida ainda porque se recupera do parto. Mãe e filho foram acompanhados pela polícia até Capitão de Campos. Ambos passam bem.
Para Ana Luiza, o caso ainda não pode ser caracterizado como tráfico de crianças, pois até o momento, há apenas indícios de que o motivo era a adoção.
"De toda forma, o bebê não tinha como ser levado logo após o parto, devido ao estado de saúde e por também não haver autorização do Ministério Público. O recém nascido é do sexo feminino e só foi registrado após a repercussão do caso", destaca.
A troca de mensagens entre as duas deverá ser apurada pela delegada titular de Capitão de Campos Ana Melka, que ficará responsável pelo inquérito policial. A mãe do recém nascido é de origem carente e já teria outro filho, alegando falta de condições econômicas para criar mais um filho.
"Após prestar depoimento, a acusada disse que ia tentar a guarda provisória da criança, através da adoção. O caso continuará a ser apurado e se constatado algo poderá responderá por tráfico de crianças", finaliza a Delegada Regional de Campo Maior.
Editado por Jorgeana Ferreira com fonte de informação
Graciane Sousa e Yala Sena
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