OPINIÃO: Acabo de ser assaltado a mão armada

OPINIÃO: Acabo de ser assaltado a mão armada

Artigo do Professor Macelino Keliton

Não sei a quem recorrer. Devo ligar para minha família, para o delegado, para o governador ou para a presidente do país?

Saí de casa com a intenção de assistir um futebol e quando por volta dos meados da Avenida Petrônio Portela parei para dar uma carona à um colega e consequentemente abastecer meu carro fui abastecido com um assalto.

O susto foi grande. Hipertenso que sou, até agora sinto meu coração palpitar como se estivesse prestes a sair pela boca.

Sinto-me mal, vulnerável, frágil, um ‘zé’ ninguém frente a tudo isso.

Nas duas primeiras vezes que fui assaltado não senti tanto medo assim. Nem faca e nem facões como nas primeiras vezes. Agora foi uma bomba, literalmente. Ah! Meu Deus.

Tinha apenas algumas migalhas no bolso. Como professor que sou não poderia ser diferente. Até isso me levaram de assalto. Em plena luz do dia. Sob os olhares de todos e as câmaras que fazem a segurança no estabelecimento.

Primeiro me disseram que não iam fazer nada de mais comigo. Neste momento pensei que fosse verdade. Depois pediram para abrir a tampa do bolso. Obrigaram-me a tirar o dinheiro. Nisso já tinha outros atrás de mim prontos para serem, também, manipulados pelo sistema financeiro e social que parece não ter mais jeito.

Como pode isso acontecer comigo. Nunca pensei.

Como irei trabalhar? Como vou assistir a meus jogos de futebol tão abalado com esta imensa injustiça? Nem sair de casa posso, pois a pé ou de bicicleta não posso, estou proibido pelo meu cardiologista.

Os marginais não tiveram piedade. Eles conseguem mesmo abalar nosso sistema nervoso e econômico. Parece que eles têm o poder nas mãos a ponto de fazer qualquer coisa, até mesmo nos paralisarmos como sendo inúteis às suas vontades.

Em breve serei novamente assaltado. Será no mês de Março.

Dessa vez não será o preço da gasolina que está na casa de três reais e 40 centavos, e sim a conta de energia elétrica que irá, também, subir.

“Na vida nada é tudo, tudo é pouco e pouco é nada, portanto, vivemos em um ciclo vicioso”.



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

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