7 Novas maravilhas: Usina de Boa Esperança produz energia e beleza

7 Novas maravilhas: Usina de Boa Esperança produz energia e beleza

Usina | Desconhecido

O socó fica na restituição da águas do rio Parnaíba, na Usina de Boa Esperança, em Guadalupe (360 km de Teresina). Sua cabeça está inclinada para baixo como estivesse dormindo, mas é apenas um jogo de sobrevivência. A ave está apenas esperando que um peixe saísse mais na superfície para que tenha sua alimentação.

O socó e sua estratégia de capturar o almoço é apenas um detalhe da imensidão dos 350 metros quadrados de reservatório da Usina de Boa Esperança, onde estão concentrados 5 bilhões e 17 milhões de metros cúbicos de água para a produção de energia elétrica.

A Usina de Boa Esperança é um dos 27 pontos turísticos que estão disputando um lugar nas 7 Maravilhas do Piauí, promovido pelo Sistema Integrado de Comunicação Meio Norte.

A Usina de Boa Esperança é ainda, após 42 anos de existência, a maior obra já construída no Piauí.

O encarregado de Operações da Usina de Boa Esperança, José Mouzinho, que trabalha na empresa há 38 anos, conta a construção da usina foi um projeto do ex- deputado federal Milton Brandão, que, como recompensa, teve o empreendimento batizado com seu nome.

Lembra que o estudo para a construção da usina começou em 1957 e foi concluído em 1964, mas a obra em si só foi concluída e inaugurada em 1970, com a presença do presidente militar Emílio Garrastazu Médici.

A Usina de Boa Esperança tem hoje uma produz 248 megawatts. Na primeira etapa, de 1970 a 1989, a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) tinha duas turbinas, com produção de 96 megawatts, energia suficiente para alimentar de energia elétrica todo o Piauí, Maranhão e parte do Ceará.

Hoje, com quatro turbinas, a Usina de Boa Esperança tem uma produção que equivale a 2% de toda a geração de energia da Chesf, mas não teria energia suficiente para abastecer todo o Piauí.

Teresina, a capital do Piauí, tem um consumo de 100 megawatts, praticamente a metade da produção da Usina de Boa Esperança, que funciona com 88 operários, que trabalham na manutenção, operação e mais uma equipe de administração.

Tudo é grande e bonito na Usina da Chesf em Guadalupe, que tem uma extensão de 210 quilômetros lineares. O lago tem ;água para se perder de vista e se expande pelos municípios de Guadalupe, Uruçuí, Porto Alegre e Nova York, no lado do Maranhão.

A queda d?água é de 42 metros quadrados, um verdadeiro espetáculo. A largura tem de 12 a 15 quilômetros, dependendo de sua cota de armazenamento de água.

José Mouzinho diz dos 5 bilhões e 17 milhões de metros cúbicos de água armazenados, 1,8 bilhão de metros cúbicos geram efetivamente energia.

?O resto, nós chamamos de volume morto porque a queda d´água é baixa e não produz energia?, declarou José Mouzinho.

Segundo ele, a finalidade da Barragem de Boa Esperança não é apenas gerar energia, mas também controla as águas do rio Parnaíba para que não gere enchentes?, falou José Mouzinho.

Em 2000, quando as chuvas foram fortes, a Chesf usou a Usina de Boa Esperança para consegui segurar uma coluna d´água de cinco metros de altura para evitar enchente em Teresina e nas cidades da beira do Parnaíba.

A Usina da Boa Esperan~ca quando está chovendo forte no Piauí tem que liberar água no rio Parnaíba para que fique com 80% de sua capacidade de armazenamento?, declarou José Mouzinho.

O Ministério dos Transportes pretende construir um escada para peixes que sobem o rio Parnaíba na época do defeso, de sua reprodução.

Prefeito eleito sete meses antes do alagamento da antiga Guadalupe diz que fez mudança humana

Sete meses depois de tomar posse na Prefeitura de Guadalupe, o ex-prefeito da cidade e coronel da Polícia Militar, João Cardoso de Alencar, teve que transferir 520 famílias, que tiveram as suas casas e todos os imóveis existentes alagadas pelas águas.

Casas, igreja, prédio ´da Prefeitura Municipal foram alagados para a criação do lago e funcionamento da Usina de Boa Esperança.

Ele recorda que comprou 832 hectares de terras de chapadão para transferir 550 hectares para as famílias que tiveram suas casas alagadas . A compra do terreno, na época , foi 3 milhões cruzeiros, moeda já extinta.

?Depois eu comprei outras áreas para transferir as famílias. Eu fiz uma mudança de pessoas, que melhoraram suas vidas. Surgiram empregos, que não existiam na Guadalupe Velha, onde as pessoas viviam da carnaúba, pele de gado e babaçu?, disse João Cardoso de Alencar, que comprou mais terras para abrigar outras 600 famílias, além de 16 lotes agrícolas para plantação de suas roças.

?Eu fiz mudança humana porque para se trazer gente é diferente de se trazer qualquer outro tipo de coisa. Muitas pessoas só deixaram suas casas quando as águas estavam altas nas paredes, mas era por amizade e amor. Nós usamos um helicóptero de Guadalupe até Uruçuí para espantar o gado, que estava ficando em ilhas ?, falou João Cardoso de Alencar.

Cândida Luiza Mouzinho, que trabalha no Memorial Porto Seguro, que tem expostas muitas fotografias e pinturas da Guadalupe Velha, diz que passados 42 anos do alagamento da cidade muitas pessoas mais velhas vão ao museu para recordar do local onde moravam.

?Ainda têm saudades da Guadalupe Velha?, declarou Cändida Mouzinho.



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

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