Crônica. Duas Oeiras: invicta dos ricos ... sempre será dos pobres.

Crônica. Duas Oeiras: invicta dos ricos ... sempre será dos pobres.

Oeiras invicta dos ricos ricos... sempre ser&a | Josevita

Oeiras foi uma região cercada por belos morros.

Tinha em volta um rio navegável que esta como o tempo. Não por razões naturais, mas pelo colonialismo político local, ou questão desenvolvimentista sem planejamento, está sendo destruído.

Idéias de coronéis, cobiça de famílias e sob forma de colônia política, vindo de um mecanismo ou facções desde o período Jesuítico, já com os primeiros fazendeiros, ficou marcada também como uma região produtora de escravos. A cidade foi apropriada por grupos.

Transferida a capital para a Chapada do Corisco, e com ela todo o que foi adquirido, foi-nos tomado todo o patrimônio natural e o cultural a custo de interesses individuais, sem pensar nos que aqui viviam e moravam: negros, índios, ciganos, animais...

Desumanizaram os amigos. Tiraram-lhes suas energias mentais. Alguns ficaram. Outros decidiram partir: no laço de alguma corda ou degustando algum cálice de veneno para não sobreviver diante da miséria a que foram submetidos.

Hoje vivemos uma crise de desenvolvimento. As riquezas se concentram numa pequena burguesia que ânsia por poder e reconhecimento no sucesso como homens de negócios.

Alguns loucos dividem a cidade que, de fora, é tida como terra de loucos.

Duas Oeiras: a invicta dos ricos e do sempre será dos pobres.

Sempre haverá desequilíbrio entre os homens.

O egoísmo leva a uma porta por onde só entram e saem coisas ruins.

A cada dia que passa a cidade perde sua identidade. Os elitistas de sempre continuam impunes, sem que haja qualquer denuncia ou punição contra eles. Trinta e sete mil habitantes à disposição de duas vias, frias, frias, que sempre decidem o futuro de seus filhos netos ou amigos.

Quem vai ser doutor, puta ou ladrão.

Se der certo, essas cobaias decidem pelo meio mais fácil. Primeiro procuram uma igreja para redimirem suas culpas. Depois um boteco, para espantar suas mágoas com cachaça: ao som de algum enlatado musical, ou com uma corda para ficar na historia. Isso pode não ser verdade, mas assim é a realidade do homem que aqui vive e onde vive a sua prole.

Esse problema não é exclusivo deste gueto.

Jadson Santos



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

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