Não se faz segurança sem estrutura

Não se faz segurança sem estrutura

Quem acompanha as matérias que eu escrevo deve lembrar quando eu cheguei a dizer que não adiantava um belo prédio para acomodar à 2ª. Companhia de Polícia, se não estruturasse com no mínimo duas viaturas, como tem agora, pelo menos trinta policiais preparados com novas técnicas para agirem de forma correta diante de cada situação, um investigador que hoje se torna indispensável para Pedro II, um Delegado plantonista para substituir o titular quando estiver de folga, para o município não ficar descoberto. São muitas pessoas que circulam aqui dentro da cidade podendo está tratando de negócios lícitos ou não, precisamos de armamento pesado representando um poder de fogo à altura do que os bandidos usam hoje.

A confirmação do que eu falo estão nos assaltos da casa lotérica, que no meu conhecimento até o presente momento ainda não foi elucidado e preso os autores, talvez pela falta desses componentes. Os dois assaltos em menos de quinze dias de um para o outro do comerciante Pedro Luiz de Oliveira, que até o momento pelo o que sei a polícia não tem pistas dos elementos que pelo modo de agir são pessoas já acostumadas nesse tipo de crime, pelo tempo usado, armamento e o seu planejamento com outros veículos dando apoio nesse assalto.

Ouvimos críticas em relação à Polícia, que não agiu e só observou de longe. Se observarmos cuidadosamente, vamos ver que os policiais agiram corretamente, porque o número de bandidos era maior do que o de policiais e o armamento da Polícia também era inferior. Outra coisa a ser observada é que os nossos policiais não estão preparados com novas técnicas para enfrentar situações como a que aconteceu, eles precisam passar por um treinamento não só na sua formação policial, mais com freqüência. Para se ter uma ideia dessa necessidade, basta acompanhar os crimes que eram cometidos há vinte anos atrás para os que são cometidos hoje, que vamos ver um avanço surpreendente das instituições criminosas a começar pelo próprio armamento usado. Não é só chegar e atirar, porque corre o risco de quem está sendo alvejado ou refém, ser morto. Bandido é bandido, quando ele vê que está quase perdido ele mata ou morre.

Se tiver culpado nessa história é o Governo, que sabe da fragilidade, da falta de estrutura do aparelho policial na maioria das cidades do interior do Piauí. Aqui mesmo, tem dia que a Delegacia de polícia fica entregue aos guardas municipais, por falta de policiais civis, o único que tem, não apresenta nenhuma condição de trabalho nessa profissão pela idade que tem hoje. O que chamamos de guardas municipais, são pessoas sem qualificação ou preparo no exercício da função que exercem. Será que eles sabem como agir diante de uma rebelião, no resgate de um preso da Delegacia? São exemplos que eu estou citando. ?Os guardas municipais, como são chamados aqui?, são pais de famílias que estão arriscando suas próprias vidas para ganhar o pão porque necessitam e pela falta de policiais civis. Eu não sou contra a permanência deles prestando esse serviço na Delegacia de Polícia, mais que passem por um treinamento, um curso, até por uma questão de segurança para eles mesmos porque não se sabe o grau de perigo que representa as pessoas que estão presas na Delegacia.

No mesmo dia, eu fui até a Delegacia para buscar informação e um dos guardas municipais disse "que as principais autoridades policiais não se encontravam na cidade".

Se não houver um melhoramento radical na nossa segurança, com o aumento do efetivo tanto civil como militar, um investigador, armamento de grosso calibre, outros assaltos poderão acontecer a qualquer momento, porque esses bandidos sabem e conhecem a fragilidade da segurança nessas cidades do interior do Piauí, porque eles têm informantes ao ponto de passarem quase uma hora praticando um assalto.

É necessário que haja uma evolução e estruturação por parte das instituições que combatem o crime, para que tenham condições de partir de igual para igual na repressão dos bandidos.



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

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