Moradores da comunidade Olho D?água Verde, localizada no Sertão de Pedro II a 60 km aproximadamente, solicitaram a nossa presença para gravar entrevistas reclamando uma situação que vem ocorrendo há vários meses.
Segundo Dona Jaci de Sousa, que mora em uma propriedade conhecida como Jerimum, localizado na mesma região relatou em entrevista que a sua filha J. S. S de 8 anos de idade, que estuda no colégio do Mufumbo, tem que caminhar a pé 2,5 Km, para chegar até na estrada para pegar o carro que transporta os alunos, que é pago com o dinheiro do FUNDEB, para poder chegar até à escola, que fica uma distância de 15 Km de estrada de péssima condição de trafegabilidade.
Pela manhã a criança levanta cedo, ainda de madrugada, que em companhia da mãe, porque tem medo de ir só, percorre a pé esse trajeto, para não perder o carro. Na volta essa mesma criança J. S. S é obrigada a fazer esse mesmo percurso, de onde o carro lhe deixa até a sua casa, enfrentando muito sol, areia quente e fome, porque nesse período no sertão não existe uma sombra devido às árvores estarem desfolhadas.
Segundo Dona Jaci de Sousa, ?pediu ao motorista desse carro de alunos, conhecido como Nonato Pereira, que fizesse o trajeto passando por sua casa, para evitar o sofrimento de seus filhos e dela também por não deixar sua filha ir e voltar só quase todos os dias da semana da escola e o mesmo disse que precisava de uma autorização do prefeito?.
Fomos ver o trajeto da estrada que o mesmo não faz para pegar essas crianças e vimos que esse trecho de estrada é bom, não tem atoleiro e nem pedra.
Além da J. S. S ainda tem mais três que são E. J, J. V e T. S, que estudam à noite no colégio do Canto da Várzea, percorrem também essa mesma distância a pé, para ficar aguardando o carro de baixo de sol quente porque no local não tem sombra e quando volta o cansaço é grande que os mesmos chegam a dormir no meio da estrada.
A reclamação não para por aí, onde a mesma dona Jaci de Sousa e outras famílias que tem crianças e são transportadas nesse mesmo veículo, como a de dona Catarina Albuquerque, seu Vicente Anastácio, dona Joana Teixeira, Edna e Jonas, ?reclamam também da quantidade de faltas que seus filhos têm por não comparecerem ao colégio todos os dias, porque o carro que transportam os alunos que é pago com o dinheiro do FUNDEB, as quintas feiras, deixa de transportar os alunos, para fazer o horário para Pedro II. E as segundas e sextas feiras também às vezes acontece à mesma coisa, dos alunos ficarem esperando e voltarem para casa porque o carro não apareceu?.
Essas famílias contaram também que ?estão tendo problema com freqüência dos alunos no Bolsa Família, porque o dinheiro está sempre sendo bloqueado devido o número de faltas que seus filhos têm na escola devido essa situação do transporte?.
As mães também relataram que a ?merenda escolar é pouca e de baixa qualidade e quando vem logo acaba e se os alunos quiserem merendar tem que trazer de casa, quando tem, na maioria das vezes é rapadura com farinha que as crianças levam para comer na escola?.
Se o carro é pago com o dinheiro do FUNDEB, não pode ter outro compromisso no decorrer da semana.
Essas viagens do carro que não são feitas com os alunos, o dinheiro está sendo descontado, ou não?
Essa reclamação envolvendo crianças, o Conselho Tutelar deve ir até o local, analisar e resolver, assim bem como também o Conselho Municipal do FUNDEB e o Conselho Municipal da Merenda Escolar, tem que tomar conhecimento para resguardar os direitos dessas crianças.
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.