Artigo escrito por: Bruno Fonseca Guerra*
Você que está lendo esse pequeno texto já deve ter escutado muitas vezes que ?não existe político honesto?, ?que todos roubam?, ?que nunca vai mudar? e todas as outras mensagens negativas que só visam desestimular as pessoas íntegras.
Nessa toada é que os malfeitores se dão bem, pois a não participação de setores importantes da sociedade mais esclarecida acaba por deixar os mais humildes desprotegidos e ao alcance das mãos imundas, desacretidar é antes de tudo, a melhor e mais eficaz forma de enfraquecimento popular.
Máximas como ?isso é utopia?, ?você é sonhador?, ?ande com os pés no chão? foram criadas para desestimular as mudanças necessárias e até obrigatórias. Contudo, apesar de a esquerda radical propalar como sendo próprias da direita, os reacionários estão espalhados em todas as agremiações políticas, religiosas e até no seio das comunidades mais carentes.
Pessoas que vivem não só desencorajando o próximo, como também escolhendo votar no sistema dominante apenas por não acreditar ser capaz de vencê-lo, são esses os próprios vencidos na batalha cotidiana da política.
Mas é senão, um problema cultural essa falta de esperança em um futuro mais honesto e próspero, assim como a corrupção que nos assola e consume metade de nossa riqueza nacional. Fomos colonizados pelo país mais corrupto da Europa, entretanto, os portugueses aprenderam bem a lição e hoje Portugal é uma nação considerada muito proba.
Contudo no Brasil a velha prática colonialista do favorecimento, da exploração de seres humanos, dos desvios do dinheiro público e de se colocar a culpa sempre em Deus nunca foi esquecida. Pelo contrário, ainda permanece em nossa sociedade como uma chaga cancerígena que não quer cessar, muito embora haja sempre uma vontade geral de cura.
O velho conceito do que é ser um ?homem médio? trás consigo uma mensagem implícita de desesperança, de que as pessoas comuns jamais saberão bem qual é seu papel numa sociedade democrática, ademais, é por pura vaidade que os ditos ?homens de mentes elevadas? rotulam as pessoas comuns do povo.
É deste aspecto, no qual os mais privilegiados procuram subjugar os desvalidos, que surgem toda sorte de conceituação minimalista e até mesmo preconceituosa no sentido de que os pobres não podem decidir-se por seus próprios pensamentos, por sua própria história de vida ou por sua impressão da realidade, mesmo que influenciada pelo conhecimento produzido pelo senso comum.
Nesse raciocínio é que vislumbro, talvez em futuro muito breve, a retomada das idéias oriundas das percepções pessoais das pessoas das comunidades simples. De um povo que, muito embora enganado por muito tempo pelas velhas raposas da política da cesta básica, sabe muito bem o que quer e a única coisa que o povo quer realmente ?É SER RESPEITADO, VISTO E OUVIDO?.
*Bruno Fonseca Guerra é bel. em Direito e acadêmico de Administração.
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.