Dizem que o primeiro filho, a aquisição da casa própria, do primeiro carro é geralmente uma emoção sem igual.
Em se tratando de uma professora de Ensino Fundamental nas esferas municipal e estadual isso passa a ser além de um sonho realizado, uma proeza conquistada. Infelizmente esta conquista é vista como façanha e digna de parabéns para poucos.
Numa parcela da comunidade isso pode desencadear um dos mais primitivos e insanos sentimentos – a inveja. Essa é a única explicação para o fato ocorrido com a Professora Luzanira Fernandes na última semana.
Depois de anos de serviço em sala de aula e uma pequena fábrica de polpa de frutas, a professora conseguiu adquirir um carro 0km – Um Novo Sandero – um carro popular.
No entanto na primeira noite na garagem de casa, vândalos conseguiram furar os quatro pneus. Fato que deixou estarrecidas pessoas conhecedoras da marca de pneu (sem câmara) devido a sua resistência, não entendendo a força e o objeto perfurante utilizado pelos marginais. Pra se ter uma ideia, em um dos pneus houve seis perfurações semelhantes a de um punhal.
Sobre a Professora
Há cerca de 10 anos, a Professora Luzanira assumiu a guarda (judicialmente) de um garoto que nascera de uma jovem que morava em sua casa.
A criança especial não fala, não anda e não realiza nenhuma atividade simples como, por exemplo, beber água com suas próprias mãos. Ele teve atrofiamento dos nervos nos membros superiores e inferiores, fato conhecido por todas as pessoas da cidade de Redenção inclusive visto como uma atitude de grandeza, uma vez que não há laços sanguíneos entre a professora e a criança.
Hoje com 15 anos, as dificuldades com locomoção aumentam a cada dia, motivo que levou a professora a adquirir o automóvel.
Como disse Miguel de Cervantes:
“A inveja vê sempre tudo com lentes de aumento que transformam pequenas coisas em grandiosas, anões em gigantes, indícios em certezas”.
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.