O clima entre os vereadores de São João da Varjota esquentou de vez, nesta manhã de quarta-feira (18), na sessão da Casa Legislativa. A eleição da nova Mesa Diretora, que aconteceu há 14 dias foi o estopim para azedar de vez a relação entre os parlamentares.
Alguns vereadores chegaram a ficar extremamente exaltados, a ponto de levantar o dedo da direção do outro e ouvirem pedidos de calma, por parte do presidente da casa, o vereador Erisveldo Mendes Barbosa, que também pediu para os vereadores se tratarem sem ofensas.
O primeiro a usar a tribuna foi Antônio Benevaldo, do PT, que antes de falar sobre o resultado da eleição da Mesa Diretora, teceu alguns comentários sobre o serviço de asfaltamento, que já está em andamento, ligando a BR 230 à São João da Varjota.
Benevaldo disse que ninguém inaugura uma obra que não fez, e que a população vai ter a oportunidade de saber quem verdadeiramente trouxe o asfaltamento da via principal da cidade, no dia da sua inauguração. Segundo ele, o governador irá inaugurar a obra realizda por ele, Benevaldo, na cidade.
Já o vereador Carlim Bernardo, que fazia parte do grupo que tinha como candidato o presidente Edvaldo de Oliveira Borges (Valdim), e que perdeu a eleição por cinco a quatro, disse que ninguém é obrigado a comparecer a lugar algum, onde se sabe que o que vai acontecer ali, não é do seu agrado.
“Não se comemora trairagem”, disse Carlim Bernardo. Ele se referia às comemorações do grupo que venceu a eleição da Mesa Diretora, tendo como candidato eleito Samuel Lopes. depois das palavras do vereador Carlim Bernardo, o clima esquentou de vez e houve trocas de acusações, de ambas as partes.
O vereador David de Sousa saiu em defesa das comemorações, da qual se referiu Carlim Bernardo. De acordo com ele, todos têm o direito de comemorar aquilo que alcançou. Ele disse que a comemoração do grupo vencedor da eleição da Mesa Diretora foi justa. “O fato de vocês quatro não terem comparecido para votar, no dia da eleição foi uma falta de respeito sim, com a Casa e com a população”, rebateu David.
Por mais estranho que pareça ser, um dos vereadores que aparentemente estava calmo, era Edvaldo Oliveira, o Valdim. Mesmo tendo perdido a eleição da Mesa Diretora, ele aparentava estar tranquilo e, inclusive, desejou boa sorte para o próximo presidente, Samuel Lopes.
Valdim, como é mais conhecido por todos, explicou que no dia da eleição não pode está presente, por motivos de doença da sua mãe, ele disse que teve que acompanha-la a Teresina e que os seus correligionários, os vereadores Luis Lima o Bigodim, Gutemberg e Carlim Bernardo também não compareceram em respeito a ele e à sua mãe.
“Esse é um jogo democrático e nele se perde e se ganha, se não fosse o problema de saúde em minha família, certamente mesmo sabendo que perderia a eleição eu teria vindo para o plenário e perdido a eleição de cabeça erguida”, disse o vereador Valdim.
Vadim agradeceu os quatro votos que recebeu, “Eu agradeço ao Bigodim, ao Carlim Bernardo e ao Gutemberg pela confiança e pelo sentimento de respeito com a minha mãe”, desabafou. O vereador do PSC disse ainda que foi legitima a vitória da chapa concorrente, que não houve falta de respeito e que a sua chapa não fugiu por medo de perder, como foi colocado na sessão anterior.
Quando o vereador Gutemberg, que já presidiu a casa em outra legislatura, subiu à tribuna,os ânimos se acirraram, Guto, como é conhecido, sempre apresentou um discurso moderado, mas não na sessão de hoje na câmara de vereadores, ele chegou a falar alto e dizer que estava com a palavra, pedindo respeito a quem tentava lhe apartear.
“Não vim para a sessão anterior em respeito ao Vadim e à sua mãe que se encontra doente. Não faltei com respeito a ninguém e nem a Casa e sabia que a eleição podia acontecer, mesmo sem a presença de nós quatro, pois eu conheço o regimento da Casa”, explicou Guto.
O vereador Gutemberg (PP) disse que Samuel Lopes desonrou o compromisso que tinham, “Samuel, Vossa Excelência, quando não cumpriu o que tínhamos combinado e saiu do grupo para ser candidato a presidente na outra chapa”, reclamou.
Imediatamente, Samuel contra-atacou pedindo que o vereador Guto lhe respeitasse, no mesmo instante o presidente da casa, vereador Erisveldo Mendes Barbosa interviu e pediu calma aos dois, que estavam com os ânimos exaltados.
Os vereadores foram se revezando na tribuna, e quando Gutemberg desceu, foi a vez do presidente convidar para se pronunciar, o vereador Luiz Lima o Bigodim PSDB, que também não mediu as palavras e partiu para o ataque, tendo como alvo, o vereador Bigodim era Nadson Brás do PP.
“Por mais de uma vez eu tive a chance de ser presidente dessa Casa, e não o fui porque não aprendi a dá rasteira nos colegas, Sou um homem de palavra e sei que dificilmente serei um dia presidente da câmara, pois eu não tenho dinheiro para comprar apoio”, disse em tom de desabafo.
Luiz Lima também fez investida contra Samuel Lopes, ao dizer que ele não tinha agido corretamente, uma vez que havia dado a palavra, apertado a mão e falado que estava tudo certo, “Vossa excelência não cumpriu com a sua palavra vereador Samuel Lopes”, cobrou ele.
Ao subir à tribuna, Nadson Brás PP não deixou por menos e mais uma vez chamou a chapa derrotada de fujões, “Vossas excelências faltaram com respeito com essa casa sim e com o povo que elegeu vocês”, disparou ele. Nesse instante Bigodim respondeu que Nadson não tinha moral para falar em respeito e a troca de farpas entre os dois se intensificaram.
Por fim, Samuel Lopes PSDB, presidente eleito para o biênio 2019/2020 subiu à tribuna a convite do presidente da casa e foi logo avisando: Gutemberg agora é minha vez, dando a entender que o representante do povoado São Miguel seria o alvo da vez.
“Preciso me defender dos ataques que venho sofrendo por parte da chapa que perdeu a eleição da mesa diretora dessa casa”, explicou Samuel. Ele se referiu como havia dado a entender ao subir à tribuna, ao vereador Gutemberg da Silva Sousa ao dizer em alto e bom som, que quando foi presidente da casa, o vereador Guto deixou uma dívida para o município e endividou a câmara.
Sempre usando o termo: “me respeite” Samuel explicou que as partes precisam se respeitar dentro do plenário. “Mas quero deixar claro que não aceito intimidação de ninguém, de forma que se me atacar vão ter a resposta a altura”, explicou ele.
Ele disse ainda que Carlim Bernardo precisa respeitar o voto popular, “Vossa excelência deveria ter vindo para a sessão, faltaram com respeito com essa casa e com o povo sim! Seja homem e me respeite”, desafiou.
Pedindo direito de resposta, por ter sido citado pelo vereador Samuel Lopes, Gutemberg disse que não infligiu a lei e que não descumpriu nenhuma norma “ se eu tivesse feito algo ilegal, certamente eu não teria podido concorrer nas eleições passadas, o senhor precisa ter os pés no chão”, retrucou.
Fechando os trabalhos, mas sem antes também participar do bate-boca, o vereador presidente Erisveldo Mendes Barbosa disse que Carlim Bernardo se acha melhor que todo mundo, mas ao mesmo tempo teve o cuidado de não aceitar palavras ofensivas entre os mais exaltados. Ele disse que é uma grande infantilidade a pessoa dizer que não vota em um determinado colega, segundo ele o mundo dá voltas e amanhã é outro dia e tudo pode acontecer.
Foi uma sessão diferente, teve de tudo: os exaltados, que foram quase todos, talvez se salvando uns dois! Teve os emparedados e os quem emparedaram! Teve quem falou alto pela primeira vez e falou bem alto mesmo! Teve também quem ouviu muito e respondeu pouco! Pode-se dizer sem nem uma dúvida que pela primeira vez na história de São João, o clima ficou quente de verdade na câmara de São João.
E daí? São João ganha o que mesmo com tudo isso? Bom, se o pega pra capar de hoje for para que possamos contar com melhorias futuras, que continuem se pegando! Mas fica a dúvida, até lá aguardamos o segundo round, o terceiro ou sabe-se lá quantos mais. Boa sorte São João!
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As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.