Municipalização da Educação em São Lourenço pode prejudicar a aprendizagem

Municipalização da Educação em São Lourenço pode prejudicar a aprendizagem

O novo processo de municipalização da educação básica, o ensino fundamental, visa dar condições aos municípios a tomarem suas próprias decisões, adequando sua política educacional à sua realidade, ou seja, às suas próprias necessidades. Só que a realidade de muitas escolas municipais não são as melhores, e, é o caso da escola municipal Iracema Vieira Ramos em São Lourenço do Piauí, que segundo ex-alunos daquela unidade, a mesma não tem condições estruturais para receber novos estudantes como está sendo proposto.

De acordo com uma aluna da Unidade Escolar Malaquias Ribeiro Damasceno, que pediu para não ser identificada, a partir de segunda-feira todos os alunos de 4ª a 8ª série terão de deixar o colégio e ocuparem o Iracema Vieira Ramos. Ainda de acordo com ela, as salas irão ficar lotadas com 50 a 60 pessoas, para atender os cerca de 100 alunos da Unidade Escolar Malaquias Ribeiro Damasceno. A lotação e inadequação da escola municipal Iracema Vieira Ramos é o motivo para os alunos do Malaquias escreverem nos murais da unidade, frases como: ?Nos ajudem, odiamos o Iracema?.

A municipalização dá autonomia ao gestor municipal para fazer um direcionamento adequado a educação e com isso, economizar os gastos que teria para manter as duas unidades funcionando. Mas como o sistema educacional visa ou deveria visar à democracia e participação, primeiro o Estado, município, diretores, professores e pais de alunos, deviam entrar em acordo, e ser feito um planejamento para evitar a situação que está preste a se instalar em São Lourenço do Piauí.

São os alunos que não querem mudar de escola, alegando à situação precária da instituição que deve recebê-los a partir de segunda-feira, segundo manifestam por meio das redes sociais.

De acordo com dados educacionais e profissionais do ensino, o município vem passando por uma defasagem na educação, e a expectativa da população de São Lourenço, era de que as medidas a serem adotadas fossem para a melhoria do sistema e não uma intervenção desfavorável, como o que parece está acontecendo. Falta de merenda e de transporte escolar adequado é uma situação que se arrasta há muitos anos. Sem falar das escolas no interior do município, fechadas, servindo de abrigos para animais domésticos.

Embora a municipalização venha para nortear a gestão educacional e dá suporte ao bem estar social, deve ser pensado e trabalhado a realidade de cada município, e claro, São Lourenço tem uma necessidade especial e enraizada, e mesmo com as definições do Estado de priorizar os investimentos e preparação, não seriam tão favoráveis se não for feito um trabalho de estruturação metodológica e uma efetiva formação dos professores, além do atendimento humanizado a classe estudantil.

Devido à falta de comunicação direta com os envolvidos no processo de municipalização em São Lourenço, não foi possível detalhar com mais precisão sobre a mudança. Mas assim que obtiver mais informações e ou explicações à cerca do assunto, publicarei aqui.



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

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