Fórmula 1 2022: Mercedes está em crise? Os motores híbridos…

Os motores híbridos da Percebem dominaram a história da F1 até o momento. Então o que pode ter acontecido na Fórmula 1 2022?

| Evandro Carvalho

Os motores híbridos da Percebem dominaram a história da F1 até o momento. Então o que pode ter acontecido na Fórmula 1 2022? A hegemonia da equipe alemã na categoria máxima do automobilismo até aqui foi tamanha que, entre 2014 e 2021, rendeu 7 títulos no mundial de pilotos e 8 no mundial de construtores, fazendo com que a equipe fosse uma das mais procuradas nos sites de apostas nos últimos anos.

 

Em 2021, o mundo assistiu surpreso o primeiro título de Max Verstappen, da Red Bull, sobre o então campeão Lewis Hamilton na última corrida do ano. A derrota da Mercedes no mundial de pilotos, no entanto, não abalou sua hegemonia e a maioria das pessoas mantinham ótimas expectativas sobre o desempenho da equipe nesta temporada.

 

Acontece que 2022 foi o ano de estreia do novo regulamento da Fórmula 1, que resultou em uma mudança drástica no projeto dos carros - e essas alterações não foram muito bem absorvidas no carro da Mercedes para a temporada 2022 da F1. 

 

Como resultado, a equipe alemã começou a temporada com um desempenho atípico e inferior às rivais Ferrari e Red Bull, fazendo com que todos se perguntem: o que está acontecendo com a Mercedes em 2022?

 

Fonte: divulgação/Mercedes AMG

Fórmula 1 2022: mudanças no regulamento 

 

Os carros atuais da modalidade são muito diferentes dos utilizados até o ano passado. Além de uma série de alterações mecânicas, as principais mudanças foram na parte aerodinâmica dos monopostos, que agora é focada no efeito solo - banido da categoria desde 1983.

 

Isso fez com que os carros adotassem um design mais simples e arredondado, focado no conceito de Venturi para aumentar a pressão aerodinâmica e “prender” o carro no chão de forma mais eficiente. Tudo isso para que a turbulência na aerodinâmica dos carros fosse reduzida quando um monoposto se aproximasse do outro, facilitando as ultrapassagens e dando mais emoção para as corridas.

 

Mudar o regulamento da Fórmula 1 implicou em uma, com o perdão do trocadilho, “corrida” dos engenheiros para construir um carro completamente novo e competitivo para a temporada. Algumas equipes conseguiram lidar bem com as alterações, como a Red Bull e a Ferrari, que são apontadas como as favoritas do ano. Por outro lado, a até então hegemônica Mercedes encontrou muita dificuldade para criar um carro seguindo as novas exigências.

 

O que está acontecendo com o carro da Mercedes?

Um dos pontos essenciais para se ter um bom carro com efeito solo é o ajuste da altura do assoalho em relação ao asfalto. Quanto mais próximo do chão, melhor o desempenho. Mas manter o carro na altura ideal não é tarefa simples, e para a Mercedes tem sido um verdadeiro desafio.

 

O W13 (nome do carro) tem se mostrado bastante instável e sofre muito com as “golfinhadas”, nome dado para a trepidação vertical que faz o carro subir e descer constantemente. Com esse fenômeno, o carro perde velocidade, pressão aerodinâmica e se torna muito difícil de controlar.

 

Para entender melhor o desempenho abaixo do esperado da Mercedes na Fórmula 1 2022, é preciso analisar mais de perto o comportamento aerodinâmico no efeito solo.

 

Como a velocidade do fluxo de ar embaixo do assoalho é muito rápida, a pressão aerodinâmica vai diminuindo cada vez mais, até o ponto em que o assoalho “estola”, ou seja, perde o seu desempenho aerodinâmico, fazendo com que o carro ganhe altura novamente. Quando está em alta velocidade, o fluxo de ar passa com maior velocidade novamente, o assoalho abaixa, estola e sobe mais uma vez, gerando a já mencionada golfinhada.

 

Até aqui, a Mercedes tenta resolver este problema aumentando a altura do carro em relação ao solo. Mas como já explicado, quanto maior a altura do assoalho, menor a pressão aerodinâmica.

 

Ainda dá tempo da Mercedes se recuperar?

 

Ainda que muitos tratem com pessimismo o desempenho da equipe na Fórmula 1 em 2022, o fato é que estamos na primeira metade do campeonato, e a equipe alemã tem bastante tempo e corridas para realizar mudanças a tempo de ter uma performance melhor nas pistas.

 

Há que se lembrar também que a Mercedes faturou os últimos 8 mundiais de construtores, e isso mostra que eles possuem expertise de sobra para tentar lidar com os problemas do W13.



As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

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