Quando se trata da legalização dos cassinos no Brasil, muitas pessoas são reticentes sobre o assunto, devido a uma série de questões e fatores, normalmente embasados por dogmas religiosos e ações que não deveriam ser aplicadas a um estado laico.
No entanto, a opinião de especialistas no assunto, aponta que não há como enxergar projeções negativas na legalização dos jogos no Brasil, como revela a advogada e consultora jurídica ClíciaCalmon em entrevista à Games Magazine Brasil, questionando pontos interessantes sobre o tema.
"É uma questão de raciocínio simples que eles deveriam fazer, do tipo: Por que outros países regularizaram o jogo de azar e são desenvolvidos em todos os aspectos econômicos e sociais? Por que nós do Brasil, país que tem um enorme potencial para crescer, temos uma bancada parlamentar resistente a este tipo de regularização e consequente desenvolvimento?", questiona a advogada.
Recentemente, muito tem se debatido sobre a loteria estadual, que seria uma alternativa para que a economia de estados que se encontram atolados em dívidas, possa respirar em meio a uma crise econômica que parece sem precedentes
Sobre o assunto, Clícia esclarece que: "Temos que ter em mente que a loteria estadual também se trata de uma prestação de serviço público. Essa prestação de serviço gera vantagens tanto para o cidadão na qualidade de Apostador, pois ele tem maiores opções de apostas, enxergando uma maior probabilidade de acerto/ganho, bem como para o Estado também há pontos positivos, uma vez que abre-se um leque maior de geração de renda a ser destinado para o próprio cidadão. Portanto, quanto maior o número de novas loterias estaduais abertas em cada ente Federado, melhor para ele e consequentemente melhor para o seu cidadão".
É importante salientar que gigantes do setor de jogos de azar já demonstraram interesse em explorar o mercado brasileiro, como a sueca LeoVegas, empresa com ações são negociadas na Bolsa de Valores de Estocolmo e que, recentemente, comprou a marca Expekt, se tornando ainda maior entre os cassinos que operam online.
Por fim, a advogada e consultora jurídica comenta sobre os seus prognósticos, em termos jurídicos, sobre o futuro dos jogos no Brasil: "Muito promissor! É uma indústria fantástica e apaixonante. O maior exemplo de jogo que até então era visto como jogo de azar, o que, na verdade, era um grande erro cometido por muitos no meio jurídico, pois trata-se exclusivamente de um jogo da mente, é o POKER. E olha o quanto o jogo de Poker cresceu em nosso país. Temos diversos campeonatos nacionais de repercussão internacional, temos empresas excelentes que produzem mesas, fichas, entre outros produtos, temos excelentes clubes, ligas, aplicativos. E começaremos a ter isso com os demais jogos até então considerados de azar, quando de uma decisão positiva do STF no julgamento do RE 966177".
É importante salientar que, o principal entrave sobre a legalização dos jogos de azar no Brasil são os mesmos que levaram a sua proibição em 1946, por meio do decreto-lei 9.215, onde o então presidente Eurico Gaspar Dutra baseou a sua decisão em um viés religioso.
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.