Exclusivo Abandonada no berço e a perda do filho: Piauiense sonha em rever mãe após 51 anos

A piauiense se casou aos 20 anos, perdeu o primeiro filho aos 7 meses; anos depois, teve a oportunidade de ter uma nova família, e busca realizar um sonho: conhecer sua mãe. Conheça Kátia Maria a partir de agora.

Conheça a história de Kátia Maria, um verdadeiro exemplo de superação. | FOTO: Arquivo Pessoal | ARTE: Saymon Lima
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Kátia Maria Alves Pereira nasceu há 51 anos na cidade de Campo Maior, no interior do Piauí. Abandonada ainda recém-nascida e criada por irmãos adotivos, ela se casou aos 20 e enfrentou a perda de seu primeiro filho aos 7 meses. Atualmente, em uma nova fase de sua vida, a piauiense busca reencontrar sua família biológica: “Será a maior alegria da minha vida conhecer minha mãe”, declara.

EXEMPLO DE RESISTÊNCIA 

Dona Kátia foi deixada aos cuidados de Raimundo, um comerciante da cidade conhecida como 'terra da carne de sol'. Anos depois, os pais dele, José Alves Pereira e Francisca Alves Damasceno, adotaram a criança e a levaram para o interior, onde ela quase realizou seu maior desejo: conhecer sua mãe de sangue. 

“Eu lembro como se fosse hoje. Morávamos no bairro conhecida como Zabelona. Era meio-dia, minha irmã (postiça) tinha ido se deitar. Eu tinha uns 6 ou 7 anos, quando uma pessoa chegou batendo palma, e eu perguntei o que era. Ela disse que queria falar com a dona. Depois, essa mulher falou ‘olha eu vim aqui porque a mãe daquele bebe está lá em casa e ela quer ver essa menina’, e foi então que minha irmã respondeu: ‘se ela quisesse ver a menina, ela não tinha dado”, explicou dona Kátia, acrescentando que ainda chegou a pular a cerca da casa e a correr atrás da mulher.

Kátia Maria Alves Pereira | FOTO: Arquivo Pessoal

A MENINA SE TORNOU MULHER

Os anos de passaram e, aos 20 anos, Kátia conheceu um rapaz com quem teve um filho por cesárea. O sonho de ser mãe, que até então parecia estar se concretizando, foi interrompido quando o bebê, com apenas 7 meses e 3 dias, adoeceu e faleceu após vários dias internado. Mesmo com a dor dessa perda, Kátia ainda se casou, mas foi obrigada a interromper o casamento.

“Depois do casamento, fui saber muitas coisas dele, que ele tinha arranjado outra mulher, não me dava mais atenção. Nós moramos com os pais dele, um homem que não me dava nada. Fui morar com minha família, no Mocambinho (Bairro em Teresina, capital do Piauí)”, relata. 

Kátia Maria é natural de Campo Maior | FOTO: Arquivo Pessoal

NOVA VIDA E UMA LUTA PATRIMONIAL 

Seu irmão Raimundo havia se mudado para o bairro Parque Piauí, em Teresina. Quando o pai adotivo de Kátia faleceu, deixou a herança para ela em testamento. No entanto, a filha biológica do falecido negou a divisão, perseguindo e ameaçando Kátia. 

No ano 2000, ela se casou novamente e passou a viver com a sogra no bairro Vila Irmã Dulce. Atualmente, tem um filho e a família se sustenta com a herança e o auxílio-doença do marido. Aos 51 anos, ela vive uma nova fase de sua vida e, apesar do tempo, ainda alimenta o maior desejo de um dia conhecer sua mãe biológica.

“Hoje eu sou evangélica, e meu filho, meu esposo, minhas sogra,  vivemos na santa paz de Deus, vivemos mais calmo, mais em paz, do que eu vivi no passado [...] o que quero é ver se consigo conhecer minha mãe, é a maior alegria da minha vida, é conhecer ela. Passei muito tempo sem vê-la”, disse.

 Atualmente, tem um filho e a família se sustenta com a herança e o auxílio-doença do marido | FOTO: Arquivo Pessoal

Dona Kátia Maria Alves Pereira estudou até a 7ª série devido à sua primeira gravidez. Tem receio de voltar a estudar devido à insegurança nas ruas. Ela acredita que Raimundo seja seu pai, mas ele nega. Até chegar em Teresina, trabalhou incansavelmente e enfrentou muitas dificuldades. Na capital, vivem três irmãos adotivos.

UM PEDIDO DE AJUDA

Dona Kátia disponibiliza seu número de telefone e espera que um dia sua família biológica a encontre: (86) 99483-8685.

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