O ano de 2023 foi atípico para todo o mundo, porém segundo especialistas foi uma espécie de "amostra grátis" do que vamos experimentar no futuro. Somente no Brasil foram oito ondas de calor, secas na Amazônia, chuvas devastadoras, alagamentos e deslizamentos nos litorais paulista e do Rio Grande do Sul.
A ciência já havia alertado sobre esses eventos extremos, o tema inclusive é o centro dos debates na COP28, cúpula do clima, organizada todo ano pelas Nações Unidas. A edição deste ano, que começa nesta quinta (30) causou polêmica ao ser sediada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Aumento das temperaturas
As temperaturas tiveram um aumento em todo o mundo a partir da revolução industrial. Uma das causas principais é a queima de combustíveis fósseis como petróleo e carvão mineral que liberam gases responsáveis pelo efeito estufa. Em 1901, por exemplo, a temperatura média do país foi de 24,91ºC. Já em 2022, subiu para 25,54ºC.
E não deve parar por aí, segundo cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) a temperatura do planeta deve ter um acréscimo de 1,5ºC a 4ºC até o final deste século. O Brasil por um lado pode ser beneficiado com a oportunidade de turbinar a produção de energia limpa.
Por outro lado, esse aumento nos deixa mais propícios para eventos extremos, como os calorões, as estiagens e temporais. Para a BBC News Brasil, o físico Paulo Artaxo, professor da USP, relata que essa diferença de temperatura pode ser mortal para algumas cidades do Brasil.
"Um aumento de 3 ºC na Suécia pode até ser benéfico para o clima na região. Agora, 3 ºC a mais para quem mora em Teresina, Cuiabá ou Palmas pode significar a diferença entre a vida e a morte", disse.