“Eu costumo dizer que cor é vida. Quando a gente morre, perdemos nossa cor e ficamos pálidos”. Essa reflexão é da arquiteta e artista plástica Erica Saraiva que esteve em Teresina nesta semana para falar sobre o estudo das cores e tendências 2024 na arquitetura. A palestra aconteceu na CASACOR Piauí e foi promovida pelo espaço Praça Temporal, da J.Monte e Premium J.Monte. O evento reuniu arquitetos e convidados.
A arquiteta é embaixadora das tintas Coral e veio para Teresina apresentar a cor do ano e o estudo mundial liderado pelo Centro de Estética Global que convida um grupo de especialistas de todo mundo, incluindo três brasileiros, para analisar tendências, comportamentos e influências culturais e geográficas que impactam na escolha das cores e paletas que refletem o momento atual. Para 2024, a cor do ano é “Lugar de afeto”, que traz a sensação de tranquilidade, serenidade e acolhimento aos espaços de convivência e trabalho.
A cor do ano segue a tendência pós-pandemia, quando as pessoas ficaram mais tempo em casa e começaram a transformar espaços. “O que vemos depois da pandemia é que deixamos de usar o cinza e estamos usando o beje, o cinza com o beje. Mas, esses tons neutros vêm com fundo mais quente, ocre e marrom. A gente continua apostando nos tons terrosos, mostardas, vinho e marsala. A cor do ano também reforça a tendência dessas cores neutras com fundo quente. Ela é uma cor neutra, mas tem azul, laranja e vermelho na composição. É uma cor que traz aconchego e respiro”, descreve Erica.
Ainda em consequência da pandemia, a arquiteta revela que mudou, não só as cores, mas a própria vida. “A gente percebe que o tom cinza foi deixado de lado, justamente, porque ele é um tom mais gélido e a gente vem para esses neutros com mais marrom na composição para aproximar e, pessoalmente, a pandemia e as cores mudaram a minha vida porque eu parei de projetar e virei artista plástica. Nesse período, com as redes sociais, reuniões online e lives, percebemos que a gente precisava de cenografias dentro de casa e começamos a entender que os fundos eram muito importantes”, ressalta a artista plástica.
AS CORES INFLUENCIAM SENSAÇÕES
A cor do ano foi inspirada em várias tendências comportamentais mundiais como a busca pelo pertencimento, pela paz interior e, principalmente, pela necessidade de “meu lugar no mundo”. “As cores vêm para acalmar, aproximar a gente da natureza, para dar esse aterramento. Por isso, que a gente vem com esses tons terrosos muito fortes. Precisávamos nos aterrar, se conectar com a natureza, afastando os cinzas que estavam em alta”, pontua Erica.
Segundo o estudo, a cor do ano e suas paletas oferecem muitas possibilidades para transformar todo tipo de ambiente entre casas, escolas, escritórios, hotéis e hospitais, criando ambientes atemporais e personalizados. A tonalidade e suas nuances são capazes de mudar os ambientes, proporcionando uma sensação de conforto e tranquilidade.
“A Coral é a tinta oficial da CASACOR e a gente tem muito carinho por essa marca. É a maior fábrica de tintas do mundo e traz esse estudo de cores que influencia, não só a arquitetura, mas vários seguimentos de mobiliários, carros, eletrodomésticos, entre outros. Foi uma apresentação bem marcante”, frisa Jeosé Monte, arquiteta e idealizadora da Praça Temporal, na mostra.