"Existirmos: a que será que se destina" é uma bela música de Caetano Veloso, mas também nos lembra da origem cultural da cajuína, que está profundamente enraizada na tradição indígena. O caju, uma fruta nativa da Amazônia, se espalhou para o Nordeste durante o processo migratório e se tornou uma das frutas mais emblemáticas da região. De acordo com Juliana Morim, consultora da Unesco, o ritual da "cauinagem" era uma prática tradicional entre as populações indígenas brasileiras.
Esse ritual envolvia a transformação do caju, uma fruta abundante, em cauim, uma bebida compartilhada por todos. Com a integração dos indígenas com os brancos e os negros africanos, houve uma mistura de culturas e costumes. Assim, o cauim evoluiu para a cajuína, assumindo uma denominação feminina que refletia seu processo produtivo — a bebida era elaborada exclusivamente por mulheres.