A deficiência na distribuição de insumos direcionados para pessoas com transtorno mental grave ou persistente nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e em outros serviços municipais de Teresina está resultando em uma maior demanda na procura pelo único pronto-socorro psiquiátrico do Piauí, o Hospital Areolino de Abreu. Assista à entrevista abaixo.
O QUE ACONTECEU: Em uma entrevista para o programa Notícias da Boa, apresentado pela jornalista Cinthia Lages, a diretora do Hospital Areolino de Abreu, Cida Santiago, relatou um aumento de 30% nos três primeiros meses do ano de pessoas que procuram a instituição em busca de medicamentos utilizados no tratamento de doenças mentais.
Atualmente, a unidade tem 160 pacientes internados, que é o limite máximo que pode ser recebido, e os profissionais estão tentando conscientizar a população de que os medicamentos são exclusivos para a taxa hospitalizada.
"Há pessoas que chegam chorando, pedindo ajuda no hospital porque não conseguem comprar remédios que são necessários para quem tem transtorno mental, medicamentos que são dispensados pelo serviço muncipal", relatou.
SITUAÇÃO PIOROU APÓS PANDEMIA: A diretora mencionou que o problema começou a se intensificar durante a pandemia e que desde o ano passado o hospital tem observado um aumento na demanda por medicamentos que são disponibilizados gratuitamente pelos CAPs.
"Estamos enfrentando uma procura intensa de pacientes que utilizam esses medicamentos da atenção básica, o que é preocupante. Temos que lidar com o crescente número de pessoas em busca de medicação quando a distribuição desses remédios não ocorre conforme o esperado", afirmou Cida Santiago.
Ela frisa que o governo estadual já sinalizou uma preocupação com a falta de suporte nos Caps e postos de saúde para pacientes que necessitam desses medicamentso.
Ítalo Costa, presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), afirmou que o problema da falta de insumos nos serviços muncipais será completamente sanado até o final deste mês. Ele mencionou que a morte de um paciente na semana anterior, apontada por instituições como o Sindicato dos Médicos do Piauí (SIMEPI) como sendo causada pela falta de medicamentos, está sob investigação por meio de uma sindicância.
Em suas declarações, o presidente ressaltou que o vínculo causal ainda não foi determinado, e que a sindicância está em andamento para esclarecer os fatos.