No Centro de Convenções de Teresina, representantes das vinte maiores economias do mundo estão reunidos até sexta-feira (24) para discutir estratégias de combate à fome e à pobreza como parte de um pacto global contra as desigualdades.
Além dos membros do G20, presidido este ano pelo presidente Lula, dez outras nações foram convidadas e confirmaram participação no evento na capital piauiense.
Os líderes mundiais, coordenados pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, juntamente com o Ministério das Relações Exteriores, estão focados em definir um conjunto de ações para retirar o Brasil e outros países do mapa da fome.
Dias fez a abertura oficial do evento, citando que a cesta de políticas públicas do Brasil no combate à fome integrarão o rol de propostas que serão levadas para a reunião com os chefes de Estado do G20 em novembro, no Rio de Janeiro.
O líder do MDS pontuou que 66 mil pessoas saíram da insegurança alimentar diariamente no Brasil ao longo do ano passado, somando mais de 24 milhões longe desta situação no país em 2023.
"Vamos buscar a construção dessas parcerias para que as experiências sejam bem difundidas. (...) Fechamos 2023 em 8,7 milhões em situação de insegurança alimentar, no primeiro ano do Governo Lula, 24,8 milhões saíram da insegurança alimentar, o que representa 66 mil pessoas por dia".
Organizações internacionais como FAO, Unicef, Unesco e diversos bancos estrangeiros também estão presentes nas reuniões. A meta é estabelecer condições para que os países ricos apoiem financeiramente os países em desenvolvimento com recursos e empréstimos acessíveis.
Veja os países que enviaram representantes:
- Índia
- África do Sul
- União Africana
- Argentina
- Australia
- Canadá
- China
- União Europeia
- França
- Alemanha
- Indonésia
- Itália
- Japão
- México
- República da Correia
- Rússia
- Arabia Saudita
- Turquia
- Reino Unido
- Estados Unidos
- Brasil
Convidados
- Angola
- Bangladesh
- Egito Nigéria
- Noruega
- Portugal
- Singapura
- Espanha
- Suíça
- Emirados Árabes
JANJA FALA DA IMPORTÂNCIA DO EVENTO EM TERESINA
A abertura do evento ocorreu às 9h, com discursos do ministro Wellington Dias e do governador Rafael Fonteles. Wellington Dias solicitou um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul e mencionou a participação da primeira-dama da República, Janja da Silva.
A primeira-dama enviou uma mensagem ressaltando a importância da reunião em Teresina. Ela destacou que a fome é uma emergência global e que sua erradicação requer a colaboração de todos os países.
ELABORAÇÃO DA CARTA TERESINA
Durante três dias, representantes das principais economias do mundo se reunirão para discutir propostas de combate às desigualdades sociais e elaborar a Carta de Teresina, que incluirá compromissos para enfrentar a desigualdade nutricional e alimentar.
O ministro Wellington Dias destacou o Piauí como um exemplo bem-sucedido na luta contra a fome.
"A Aliança que buscamos não é um novo fundo, mas sim políticas articuladas e um conjunto de experiências coletivas", afirmou Dias.
O ministério apresentou uma proposta preliminar para a Aliança Global, que será aprimorada com a contribuição dos países participantes. Na sexta-feira (24), será divulgado um documento resumo com as propostas definidas para a Aliança.
Este é o terceiro encontro da força-tarefa que busca criar mecanismos institucionais, sociais e financeiros para combater a pobreza. De acordo com o MDS, mais de 700 milhões de pessoas sofrem de fome no mundo.
Os avanços do Piauí serão compartilhados com as delegações internacionais por um representante do PNUD.
DISCUSSÃO DE TERESINA É INOVADORA
Em coletiva de imprensa após a abertura, o ministro Wellington Dias (PT) deixou claro que a discussão em Teresina é inovadora, pois caminhará para uma proposição que vai além de uma 'recomendação', pautando um 'Plano de Estado' para Aliança contra a Fome e a Pobreza no mundo.
"Caminharemos para que os países mais pobres recebam ajuda dos mais ricos". O ex-governador do Piauí reverberou que há divergências entre os países membros do G20, porém os encontros sempre serão pautados pelo entendimento.
"Não pense que seja fácil dada a temática da fome e da pobreza, o Fórum tem objetivo do entendimento, embora cada país tenha suas políticas para erradicar a fome e a pobreza. Digo que é natural que tenhamos divergências sobre os caminhos, alguns podem dizer que o caminho passa pela transferência de renda, outros falam que é preciso uma política para o empreendedorismo", cravou.
A pauta do endividamento dos países menos desenvolvidos
A exemplo do que o Brasil fez com o Rio Grande do Sul, suspendendo o pagamento da dívida para que o montante seja alocado em um fundo para reconstrução do Estado, o ministro Wellington Dias destacou as discussões para que uma ação similar seja idealizada para os países muito endividados com as nações mais ricas, possibilitando que eles elevem sua capacidade de investimento.
"O que lembrei é que há exemplos como esse (Rio Grande do Sul), que precisa ser considerado nessa agenda agora, nos termos das alianças (...) Não estamos alterando os termos do contrato do RS, estamos tendo apenas uma decisão política que aquele dinheiro que ia para o Tesouro Nacional vai para um Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul".
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