Stanley Gabriel Ferreira de Sousa, de 18 anos, namorado do influenciador Lokinho, teve sua prisão preventiva decretada após audiência de custódia realizada na segunda-feira (7). Ele conduzia o veículo que atropelou e matou duas mulheres, além de ferir duas crianças, na BR-316, zona Sul de Teresina. O jovem deve responder por homicídio doloso e lesão corporal dolosa.
Relato de Stanley
Na decisão que converteu a prisão em flagrante para preventiva, o juiz Caio Cezar Carvalho de Araújo frisou que Stanley, ciente de que não possuía habilitação, assumiu o risco ao dirigir o carro. Durante seu depoimento, o motorista afirmou que “tudo aconteceu muito rápido” e que “não havia como evitar o atropelamento”.
Em entrevista à TV Meio Norte, o delegado Carlos César Camelo de Carvalho, responsável pela investigação, relatou que Stanley declarou não ter consumido bebida alcoólica antes do acidente. Esse fato foi confirmado pelo teste de bafômetro realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Stanley e Lokinho teriam passado o dia juntos e estavam a caminho da casa da mãe de Stanley no momento do acidente. O atropelamento ocorreu na via marginal da BR-316, no deslocamento entre as residências.
Segundo o delegado Carlos César, destacou que, independentemente de uso ou não de álcool, a falta de atenção ao volante caracteriza negligência, o que pode configurar um crime mais grave, como o dolo eventual, que será analisado ao longo do inquérito.
Perícia e análise do vídeo
A polícia confirmou que as imagens de câmeras de segurança que registraram o atropelamento serão submetidas à perícia para determinar a velocidade em que o veículo estava no momento do acidente. Segundo o delegado, essas evidências, juntamente com outras provas, serão analisadas e encaminhadas ao Poder Judiciário e ao Ministério Público do Piauí.
Acusação de distração e uso de celular
Stanley negou que estivesse usando o celular ou gravando vídeos no momento do acidente. No entanto, o juiz sugeriu que o motorista poderia ter agido de maneira irresponsável, o que levou ao atropelamento.
As imagens de câmeras de segurança mostraram que Stanley dirigia em alta velocidade e mudou de faixa de forma abrupta, colidindo com as vítimas. Com base nisso, a Justiça reclassificou as acusações de homicídio culposo (sem intenção de matar) para homicídio doloso, entendendo que houve intenção ao assumir o risco.
Influência digital e risco às investigações
Outro fator que pesou na decisão da prisão preventiva foi o fato de Stanley e Lokinho serem influenciadores digitais, o que, na visão do juiz, pode facilitar o acesso a recursos e apoio de terceiros, dificultando as investigações. O juiz também mencionou o assassinato de Tiago Henrique do Nascimento, ocorrido durante a confusão que se seguiu ao acidente, quando populares tentaram agredir os ocupantes do veículo.
possíveis penas
De acordo com o delegado Carlos César, Stanley não deve escapar das penalidades previstas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que é uma legislação federal. Uma vez concluído o inquérito e confirmada a responsabilidade, ele enfrentará um processo penal, com direito à defesa, seja por advogado ou defensor público.
O delegado também comentou que, embora o processo siga o curso legal, as penas para crimes de trânsito no Brasil não são tão severas. Mesmo em casos graves como este, em que houve duas mortes e lesões graves em crianças, a pena pode variar de dois a oito anos de detenção, conforme a lei para homicídio culposo no trânsito.
As vítimas
As vítimas do atropelamento foram Marly Ribeiro da Silva, de 40 anos, que morreu a caminho do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e Kassandra de Sousa Oliveira, que faleceu no local. A filha de Kassandra, Maria Suely Oliveira Rocha, de 11 anos, está em coma e respira com a ajuda de aparelhos. A irmã mais nova, Maria Alice de Sousa Oliveira, de 2 anos, sofreu ferimentos leves e já recebeu alta do hospital.