
Sete mortes por envenenamento, uma sob suspeita, e o padrasto de uma das vítimas preso como principal acusado do crime. O caso ocorreu em uma única família na cidade de Parnaíba (PI) e deixou o país em choque. Tudo começou em agosto de 2024, quando duas crianças faleceram e, em janeiro de 2025, os outros membros da família também. O MeioNews preparou uma linha temporal dos acontecimentos, confira abaixo:
AGOSTO DE 2024
Dois irmãos foram internados após comerem cajus dados pela vizinha. Em agosto, João Miguel, de 7 anos, morreu, e dois meses depois, Ulisses Gabriel, de 8 anos, também faleceu. Ambos envenenados. A vizinha, Lucélia Gonçalves, foi presa sob suspeita de ter colocado chumbinho nas frutas e indiciada por homicídio qualificado; ela teve a casa incendiada, passou 5 meses detida injustamente, mas foi solta quando um laudo do IML descartou vestígios de veneno.
"Fizeram um juízo de admissibilidade de culpa raso, colocaram a Lucélia numa situação de cárcere [...] desde o início, Lucélia se declarou inocente [...] após a denúncia, pedimos a absolvição sumária devido à fragilidade das provas [...] a negativa total de autoria de Lucélia é evidente. Não havia no processo o laudo pericial. Agora, na audiência de instrução, vamos utilizar as testemunhas do Ministério Público para demonstrar a inocência de Lucélia. Acredito que teremos uma sentença absolutória”, explicou o advogado de Lucélia, o Dr. Sammai Cavalcante, no dia 13 de janeiro, quando a idosa foi solta.
Confira o depoimento de Lucélia ao MeioNews!
JANEIRO DE 2025
No dia 1º, a família dos meninos ficou internada após consumirem um baião de dois requentado do Réveillon. Nove pessoas foram internadas, mas cinco faleceram, sendo: a mãe, o tio, e os três irmãos de Ulisses e João Miguel. No alimento foi encontrado chumbinhos.
Quem são as vítimas?
- Manoel Leandro da Silva, 18 anos: faleceu em 1º de janeiro (tio das vítimas);
- Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses: faleceu em 2 de janeiro;
- Lauane da Silva, 3 anos: faleceu em 6 de janeiro;
- Francisca Maria da Silva, 32 anos: faleceu em 7 de janeiro (mãe de Ulisses, João Miguel, Igno, Lauane e Maria Gabriele);
- Maria Gabriele Fonteneles Lopes Silva, de 4 anos: faleceu no dia 21 de janeiro.
O padrasto de Francisca e Manoel, identificado como Francisco de Assis Pereira da Costa, foi preso no dia 8 de janeiro, apontado como o principal suspeito de envenenar a família. Segundo a Polícia Civil, ele tinha “total desprezo” em relação aos filhos de sua enteada Francisca Maria, além das três contradições em seus depoimentos.
“Além de ter um desprezo completo pelos filhos da dona Francisca, aos quais ele chamou de primatas, viviam como uma tribo de índios, pessoas não higiênicas, pessoas que ele não queria conviver, mas suportava. Em específico para a dona Francisca Maria, ele disse que ela era uma criatura que tinha a mente boba, tola, matuta, morta de preguiça, não serve para nada, praticamente quase inútil”, declarou explicou o delegado Abimael Silva.
8ª INTEGRANTE DA FAMÍLIA MORTA
Na época em que as nove pessoas foram internadas, Maria Jocilene da Silva foi uma das que precisaram de atendimento médico, mas acabou recebendo alta. Contudo, nesta quinta-feira (23), ela foi internada novamente após tomar um café enquanto conversava com a avó das vítimas, na mesma casa onde tudo ocorreu.
Na sexta-feira (24), ela faleceu na Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba. Inicialmente, socorristas do SAMU suspeitaram de um novo caso de envenenamento, mas a confirmação depende das investigações em andamento.
O QUE DIZ A POLÍCIA?
Nesta semana, policiais civis e peritos criminais realizaram vistorias na casa da família e nas residências vizinhas. Materiais foram coletados para análises laboratoriais, que devem auxiliar no esclarecimento dos fatos. O caso continua em investigação. Francisco de Assis está preso preventivamente, mas sua defesa pediu a revogação da decisão. Francisco colecionava revista sobre nazismo.
Veja o momento da prisão!