Ao MeioNews, o Perito Geral da Polícia Técnico-Científica do Piauí, o médico legista Antônio Nunes, explicou que os exames periciais nos cajus consumidos por Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, não foram realizados na época de suas mortes (agosto e novembro de 2024). “São porque a gente começou laboratório agora e as substâncias chegaram a pouco tempo", afirmou.
Segundo ele, esta é a primeira vez que os frutos são avaliados.
“Esse nosso laboratório não tinha isso. Há pouco tempo a gente mandava para todos os estados, vocês sabem disso. […] Então a gente inaugurou esse laboratório com um pouco mais de quatro meses. Esse exame, esse pedido chegou em agosto. Então o que acontece? A gente foi fazer, primeiro, fazer calibragem dos aparelhos. Veio gente treinar nossos peritos nos aparelhos. Fomos fazer análise e teste. Comprar reagentes, e se tem os reagentes que você usa, não é só botar lá, tem substância tal, substância tal, tem várias, depende do caso. A última delas chegou, se não me engano, dia 17 de dezembro. E a gente começou a fazer esses exames todos, inclusive estamos fazendo esse agora, então é a primeira análise e os motivos são porque a gente começou o laboratório agora e as substâncias chegaram há pouco tempo”, relatou o perito.
O QUE ACONTECE QUANDO SAIR O RESULTADO?
O médico legista ainda destacou que a previsão para sair os resultados é até segunda-feira (13). "Com o negativo, isso demonstra que aqueles cajus, pelo menos os que estavam na doação, não tinham o pesticida. Outra forma, é se der positivo. Ainda dando positivo, você tem a análise do investigador e do Ministro Público. Qual a importância desse positivo? Foi positivado fora do ambiente da casa? Ou foi dentro da casa? Então assim, não é automático, depende do resultado, ainda pode ter alguma análise por parte de quem vai receber”, afirmou.
SUSPEITA PRESA PODE SER LIBERADA
As investigações apontam que os cajus foram oferecidos pela vizinha da família Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos. Ela foi presa no dia 23 de agosto de 2024 e indiciada no inquérito da Polícia Civil do Piauí. Na época, o Instituto de Criminalística confirmou que o veneno encontrado nos corpos das crianças era compatível com o que foi apreendido dentro da casa da acusada.
Em entrevista ao Meio News, o advogado de Lucélia, Sammai Melo Cavalcante, afirmou que o motivo do pedido de soltura se deu a partir do dia 1º de janeiro. Em depoimento, a mulher alegou ser vítima de uma "acusação maldosa".