Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) comparou os registros de ocorrências nas delegacias com relatos de vítimas obtidos por meio de questionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e constatatou que, em média, o número de pessoas que afirmaram ter sido vítimas de roubo ou conviver com alguém que sofreu tal crime é cerca de cinco vezes maior do que os casos registrados oficialmente. Com informação do Jornal O GLOBO.
No Piauí, essa discrepância é um retrato da média nacional, com uma taxa de vitimização de 3.604 por cem mil habitantes, em comparação com apenas 705 registros por cem mil habitantes. O Amazonas é o estado com a maior assimetria entre as vítimas autodeclaradas de roubo e os registros policiais. A taxa de vitimização desse estado alcançou o número de 4.711 a cada cem mil habitantes, enquanto o de boletins de ocorrência alcançou 999 registros.
O estudo utilizou informações do Suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE de 2021, bem como dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A análise, intitulada "Evolução dos dados criminais no Brasil," foi coordenada pela economista Joana Monteiro, ex-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro.
A pesquisa destacou que o medo das vítimas diante da atuação de criminosos, majoriatariamente em áreas dominadas por grupos armados, e a falta de confiança nas autoridades policiais são as principais causas da subnotificação. E
Além da subnotificação, a pesquisa também forneceu detalhes sobre a percepção de segurança da população em relação aos locais onde vivem. Um em cada três moradores do Estado do Rio de Janeiro afirmou ter ouvido tiroteios próximos de suas residências, e cerca de 47% consideraram as chances de serem assaltados na rua como altas ou médias. Aproximadamente 31% acreditam que existe a possibilidade de se depararem com tiroteios em seu dia a dia.
A pesquisa sobre a percepção de segurança, embora subjetiva, revela como os moradores de cada estado avaliam as chances de se tornarem vítimas de crimes. Surpreendentemente, no Distrito Federal, um número maior de pessoas considera alta a probabilidade de serem roubadas e assassinadas em comparação ao Rio de Janeiro. Isso sugere uma maior sensação de insegurança na capital do país. No Distrito Federal, 55% dos moradores relataram uma alta ou média chance de sofrerem um assalto, enquanto cerca de 20% acreditam que podem ser assassinados. No Rio de Janeiro, esses números foram de 47% e 19%, respectivamente.