Nesta quinta-feira (11), em Teresina, faleceu o poeta piauiense Elio Ferreira, aos 69 anos, após uma batalha de três anos contra o câncer. Ele estava sob cuidados intensivos na UTI do Hospital São Marcos. Conhecido em todo o estado, Elio era uma figura proeminente.
🖤 UESPI LAMENTA: A Universidade Estadual do Piauí (UESPI), instituição na qual era professor, confirmou o falecimento e lamentou a perda. "É com profundo pesar que a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) comunica o falecimento do Professor Élio Ferreira, docente decano do curso de Letras, campus Torquato Neto; professor permanente do Mestrado em Letras da Uespi; e líder do Núcleo de Estudos e Pesquisa Afro (NEPA-UESPI). Em nome de toda a comunidade uespiana, em especial do campus Torquato Neto e a Administração Superior, desejamos forças a todos os familiares".
👨🏽🏫 ALÉM DE POETA, PROFESSOR: Nascido em Floriano, Piauí, em 14 de maio de 1955, é graduado em Letras e pós-graduado em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Elio Ferreira, que concluiu seu doutorado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco em 2006, era atualmente professor de literatura na Universidade Estadual do Piauí e curador do Projeto Roda de Poesia & Tambores.
IMPORTANTE PAPEL NO CENÁRIO CULTURAL: Também desempenhou um papel significativo na cena cultural do Piauí: além de suas incursões na literatura, ele era ensaísta, professor de literatura, capoeirista, rapper e técnico em educação. Desde a juventude, quando aprendeu a arte da ferraria com seu pai, até os dias de hoje, ele integrou elementos dessa experiência em sua poesia.
📖 CARREIRA: Seus versos, influenciados tanto pelo concretismo quanto por formas mais simples, abordavam uma gama variada de temas, desde a diáspora negra até críticas sociais e políticas. Para Elio, escrever era uma forma de contar a história de seus antepassados e de si mesmo, contribuindo para a mudança social ao denunciar injustiças raciais e sociais.
📚 LIVROS PUBLICADOS: Ao longo de sua carreira, ele publicou diversos livros de poesia, como "Canto sem viola" (1982), "Poemartelos" (o ciclo do ferro) (1986), "O contra-lei" (o ciclo do fogo) (1994), "O contra-lei e outros poemas" (1997) e "América Negra" (2004). Além disso, sua obra também se estendeu ao ensaio, com destaque para "Identidade e solidariedade na literatura do negro brasileiro: de Padre Antônio Vieira a Luiz Gama", que recebeu reconhecimento no concurso de ensaios Mário Faustino, da Fundação Cultural do Piauí - FUNDAC, em 2005.