O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) identificou seis suspeitos de envolvimento no sequestro, tortura e morte de Francinete Pereira da Silva, de 24 anos, e sua irma, Joicineia da Silva, de 23. Entre os envolvidos, duas mulheres teriam participado diretamente das torturas, chegando a raspar os cabelos das vítimas antes da execução.
O QUE ACONTECEU
As irmãs desapareceram na noite de quarta-feira, 13 de novembro. Três dias depois, no sábado (16), seus corpos foram encontrados enterrados em uma cova rasa na região da Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina. A localização foi descoberta por meio de informações recebidas por policiais na noite anterior.
Na sexta-feira (15), durante a operação da Polícia Civil Denarc 65, um dos suspeitos, Gabriel Rodrigues, conhecido como "Gabriel da Bala", foi preso. Ele seria o "disciplina" de uma facção criminosa que atua na região, responsável por ordenar execuções e torturas da facção Bonde dos 40.
Segundo o delegado Francisco Costa, conhecido como Barêtta, coordenador do DHPP, os filhos de uma das vítimas testemunharam parte dos crimes. Uma menina de 4 anos e um menino de 6 anos estavam com as mães no dia do desaparecimento.
Relatos das crianças
A menina de 4 anos foi deixada em frente a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) por um homem não identificado. Assustada, ela contou às profissionais da unidade que viu sua mãe sendo agredida, tendo o cabelo raspado e sendo baleada.
O conselheiro tutelar Frederico Kayser relatou que a menina chegou à UBS chamando pela mãe e relatando espontaneamente os atos de violência que presenciou.
O menino de 6 anos foi encontrado na casa de familiares, que confirmaram que as mães estavam desaparecidas desde a noite de auarta-feira. Ambos os irmãos estão sob acompanhamento do Conselho Tutelar.
Identificação dos corpos
Os corpos das irmãs foram identificados pelo Instituto de Medicina Legal (IML) por meio das impressões digitais. Apesar de já ter concluído a perícia, a causa da morte só será divulgada após a finalização do laudo.
O diretor do IML, Antônio Nunes, informou que os corpos apresentavam lesões, mas não confirmou se houve tortura.
Contexto do crime
De acordo com as investigações, o crime foi motivado por disputas entre facções criminosas, envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Bonde dos 40. Após o ocorrido, integrantes de uma dessas organizações chegaram a divulgar vídeos comemorando as execuções. As duas irmãs viviam no residencial Parque Firmino, na zona Norte de Teresina, com seus filhos. Familiares acreditam que o crime possa estar relacionado ao envolvimento anterior das vítimas com atividades ilícitas, mas as investigações seguem em andamento.