Representantes de povos indígenas do Piauí marcharão ao 19° Acampamento Terra Livre, em Brasília-DF, entre os dias 24 e 28 de abril. Cerca de 48 Indígenas de cinco etnias do Piauí (Gueguês do Sangue, Akroá Gamella, Tabajara, Kariri) e os refugiados indígenas venezuelanos Waraos, residentes em abrigos estaduais pelo Governo do Estado no Piauí, se dirigirão à capital federal. O acampamento deste ano tem como tema a “Demarcação de Terras, Futuro e Democracia “.
Segundo a Diretoria dos Povos Originários da Superintendência de Promoção da Igualdade Racial e Povos Originários da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos- Sasc, o evento será inédito, com uma gestão nacional comanda por uma líder indígena. “Pela primeira vez teremos um olhar direto sobre as reivindicações indígenas com o Ministério dos Povos Indígenas, que conhece a realidade do nosso povo”, declara o diretor cacique Henrique, da Sasc e que faz parte da comunidade Tabajara, do Município de Lagoa de São Francisco.
Na ocasião, será entregue um documento unificado sobre a realidade indígena com proposições de políticas públicas. “Estamos com expectativas positivas de que haja avanços na demarcação territorial pela Funai”, afirma a coordenadora dos povos Originários da Sasc, cacica Delzenir Pereira, da comunidade Gueguês do Sangue, de Uruçuí.
Uma das principais demandas é a demarcação territorial. Os estados do Piauí e Rio Grande do Norte foram os últimos estados nordestinos a terem territórios indígenas demarcados.
O Piauí tem apenas três territórios demarcados em âmbito estadual pelo Instituto de Terras do Piauí- Interpi, mas nenhum pela Fundação dos Povos Indígenas (Funai). Os demarcados pelo Interpi são Território Serra Grande dos Cariri, em Queimada Nova; Território Tabajara de Piripiri e Território de Nazaré Tabajara Tapuio, de Lagoa de São Francisco.
Ainda na programação do evento estão previstas marchas e atos em frente ao Congresso Nacional, no Enfrentamento de Projetos de Leis Anti-Indígenas, Plenárias sobre Campanhas Indígenas, sobre Mulheres Indígenas, Saúde e Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas; Lançamento de livro sobre os 30 anos de APOINME; Relatórios de Impactos de Produção de Commodities Agrícolas; Plenárias sobre Tecnologia e Comunicação na Descolonização, Denúncia e Luta; Povos Indígenas em Isolamento Voluntário; Marco Temporal e Retrocesso nos Direitos Indígenas; Marcha sobre a Defesa da Democracia e Plenária sobre a Juventude na Luta pelo Fortalecimento Identitário.