O médico Paulo Márcio participou nesta sexta-feira (12) de uma entrevista para o programa Notícias da Boa, apresentado pela jornalista Cinthia Lages, ao lado do articulista e jornalista político Francy Teixeira, para discutir sobre as eleições de 2024 em Teresina. Na conversa, ele rebateu as críticas que vem recebendo do prefeito da capital, Dr Pessoa, e contou que ainda vai se encontrar com Fábio Novo (PT) nos próximos dias.
Diretor do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Paulo Márcio foi indicado pelo MDB para compor como vice em uma chapa com o deputado Fábio Novo (PT), pré-candidato a prefeito da capital pelo Partido dos Trabalhadores. Paulo Márcio ganhou popularidade ao assumir a superintendência do Hospital Universitário (HU) da UFPI em janeiro de 2021, durante um momento crítico da pandemia da Covid. No HU, ele desenvolveu um trabalho que tem gerado grande satisfação geral como hospital escola, com 23 residências médicas, 6 multiprofissionais e 28 ligas acadêmicas, e de atendimento à população em geral.
No programa matinal da TV Jornal MN, Dr. Paulo Márcio demontrou preocupação pela crise na gestão da saúde em Teresina, explicou o motivo de não ter assumido a presidência FMS e avaliou que é necessários observar o que está diante das séries de reclamações e denúncias por parte da população. Em dezembro de 2022, ele foi convidado para assumir a Fundação Municipal de Saúde (FMS) após a saída do médico Gilberto Albuquerque, mas recusou, explicando que desejava continuar dedicado à administração do HU.
"Quero dizer de maneira sensível que tenho muito respeito pelas pessoas idosas, pelo prefeito Dr. Pessoa, pela sua trajetória de vida - um homem que começou a ler e escrever com 18 anos de idade e tornou-se médico e prefeito. Tenho muito respeito, mas temos diferenças muito grandes. Ele hoje está com 90% de reprovação, e o hospital universitário que eu gerencio tem quase 100% de aprovação. O que nos une como médicos, como professores, são poucas semelhanças. Eu sou um gestor, com iniciativa de cuidar, estar presente e efetivar. Fui convidado três vezes para ser secretário de saúde do município. Nessas três situações, entendi que não era o momento", afirmou.
O médico Paulo Márcio declarou que seria impossível implementar um bom trabalho de gestão quando se tem administração centralizada em apuros. "O problema não estava em quem estava sentado na cadeira da Fundação Municipal de Saúde, o problema era de quem estava sentado no palácio da cidade. Quando se quer uma gestão com compromisso, seriedade e entrega de resultado, é preciso que o espírito público, sentimento, se una à coisa para dar resultado às pessoas; isso precisa estar em primeiro lugar", ressaltou.
Em 2 de janeiro deste ano, uma sessão extraordinária na Câmara Municipal de Teresina discutiu a crise na saúde pública, marcada por protestos. A expectativa era que os vereadores debatessem a possibilidade da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e pedissem a intervenção do estado na saúde municipal. Para o médico, essa questão já deveria ter sido pauta quando a situação começou a se agravar, ainda no ínicio da gestão do governo vigente.
Em breve, Paulo Márcio realizará sua descompatibilização do Hospital Universitário da UFPI, o afastamento de suas funções. Apesar de ainda não ter se encontrado pessoalmente com Fábio Novo (PT), ambos estão planejando o momento adequado para o anúncio oficial da compisição da chapa.
"Eu ainda não me encontrei com o deputado Fábio Novo, isso acontecerá nos próximos dias. Estamos planejando cuidadosamente esse encontro para anunciarmos juntos nos próximos dias. Eu e Fábio Novo somos dois gestores jovens, repletos de novas ideias, já reconhecidos pelo trabalho eficiente na gestão pública. Ele atua na cultura, e eu na saúde, onde colocamos toda nossa experiência e zelo pela gestão", falou.
Em uma rápida avaliação de como seria o desempenho de Fábio Novo (PT), Paulo Márcio a credita que a articulação entre o governador Rafael Fonteles (PT), o presidente Lula (PT) e parlamentares aliados possam reconstruir serviços básicos e a reputação de Teresina diante das demais capitais do Nordeste.
"Teresina está enfrentando um momento de muita dificuldade, e com os poderes certos, poderemos, com sensibilidade, experiência, paz e tranquilidade, conduzir Teresina para um lugar seguro, mais inclusivo, mais justo, mais próximo das pessoas, onde todos tenham vez e voz e ocupem protagonismo na sua região. Para isso acontecer, não basta apenas os serviços públicos funcionarem, é preciso trazer iniciativa de investimento para a cidade. Sem dúvida alguma, a solução de Teresina não está mais dentro de Teresina; está na capacidade dos gestores de atrair recursos do governo federal, do governo estadual, de fazer essa articulação acontecer", concluiu Paulo Márcio.