A auditoria técnica feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) que deu origem a Operação 45 Graus da Polícia Federal, a qual descortinou um esquema de corrupção na Prefeitura de Miguel Alves, revelou que a gestão municipal do prefeito Veim da Fetraf (MDB) pagou R$ 1,4 milhão a uma empresa de fachada.
O QUE DIZ A CGU - As análises feitas evidenciaram fragilidades no processo que favoreceu a contratação de empresa pertencente a um agente político de Miguel Alves, cuja não tinha capacidade técnica e operacional para executar os serviços de manutenção e conservação de ar-condicionado. Portanto, segundo a CGU, existe grave risco de os valores pagos, no total de R$ 1,4 milhão, não terem correspondido a serviços efetivamente executados.
DINHEIRO SERIA DESTINADO À SAÚDE E EDUCAÇÃO - Ainda conforme o órgão fiscalizador da União, dentre o valor total pago à empresa, aproximadamente R$ 1 milhão são provenientes de recursos federais da Saúde, Educação e Assistência Social, que deveriam ser destinados à população mais carente de Miguel Alves, que em regra, são os beneficiários das políticas públicas das três áreas mencionadas.
USO DE "LARANJAS" - O aprofundamento das investigações feitas pela PF, desde 2023, evidenciou a existência de “laranjas” no quadro societário da empresa e a utilização destes para dissimular a destinação dos valores ao proprietário de fato da empresa e a agentes públicos de Miguel Alves, caracterizando os crimes de corrupção ativa e passiva, assim como lavagem de dinheiro.
OPERAÇÃO 45 GRAUS - A ação policial deflagrada nesta sexta-feira (19) deu cumprimento a 15 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Miguel Alves e Teresina. Além de sequestro de bens e valores do montante aproximado de R$ 1 milhão. O trabalho contou com a participação de três auditores da CGU e cerca de 52 policiais federais.