Há doze anos, a piauiense Paula Moreira usa a fotografia para quebrar preconceitos, promover a inclusão e elevar a autoestima de crianças e adolescentes com síndrome de Down. Ela mantém o projeto Outro Olhar, que fotografa pessoas com a trissomia do cromossomo 21 como mecanismo para confrontar estereótipos atribuídos a elas.
No Instagram (@paulamoreirafotografia), ela compartilha os cliques e os bastidores das produções, acompanhados de informações sobre a síndrome de Down.
📸COMO O PROJETO NASCEU: Tudo começou em 2012, no Rio de Janeiro, após uma amiga de Paula descobrir, no momento do parto, que sua filha tinha síndrome de Down. Devido à falta de informação e ao medo, a mãe da criança chegou a considerar cancelar o ensaio que havia marcado com a fotógrafa.
“Ela ficou assustada no início porque não tinha conhecimento. O marido também ficou muito triste porque o médico não passou a informação da forma correta. Eu insisti para que ela não desistisse do ensaio porque o meu intuito era fazer um projeto inclusivo, ajudar”, falou.
✊COMBATE AO CAPACITISMO: Ciente de que a informação anda ao lado da inclusão, para além do ensaio fotográfico da amiga, ela concluiu que poderia fazer muito mais pela causa, mobilizando para conscientização e defesa dos direitos, inclusão e bem-estar dessas pessoas.
A fotógrafa recorda que em 2012, dificilmente se via imagens de adolescentes, crianças ou bebês em ensaios compartilhados na internet ou em meios mais tradicionais de comunicação. Lançar o projeto trouxe mais visibilidade para a condição.
🏆 PRÊMIOS NACIONAIS: Atravês do Outro Olhar, ela teve trabalhos publicados em jornais e ganhou um concurso de fotografia do O Globo com a foto de uma criança com síndrome de Down em 2013. Por anos, teve parceria com a ONG Movimento Down do RJ e hoje continua espalhando informações sobre a síndrome.
“A gente só consegue quebrar paradigmas e preconceitos mostrando a realidade e também dando conhecimento. Logo após, inseri a parte informativa no projeto Outro Olhar. Antigamente, era uma parceria com um projeto novo e fizemos exposições fotográficas, distribuindo de três a cinco mil cartilhas por projeto.
📄CARTILHAS INFORMATIVAS: Uma das principais mensagens transmitidas nos ensaios da fotógrafa é que crianças com síndrome de Down precisam ser estimuladas desde o nascimento, para que sejam capazes de vencer as limitações que essa condição lhes impõe.
“E essas cartilhas possuem informações sobre a síndrome, os direitos legais das crianças e pessoas com deficiência. É fantástico porque a inclusão tem acesso se divulgarmos informações, que quebra preconceitos e estereótipos. Uma sociedade informada é mais inclusiva”, falou a fotógrafa.