Neste feriado de Tiradentes, a cidade de Teresina terá uma programação especial para os moradores e turistas que buscam aproveitar a folga para conhecer novas experiências gastronômicas e culturais. A Feira Gastronômica e de Artesanato, que ganhou nova roupagem e passou a se chamar "Piauí Criativo", acontecerá nos dias 21 e 22 de abril.
Além de fomentar a economia e proporcionar momentos de lazer e descontração para os presentes, a Feira também busca levar conhecimento e promover uma maior conscientização sobre culturas ainda desconhecidas ou até mesmo que são ou já foram vítimas de preconceito por falta de informação.
No dia 22, o segundo do evento, por exemplo, a cultura quilombola terá grande destaque. Na busca por uma representação fiel e verdadeira da comunidade localizada no município de Amarante, um bate papo comandado por Kalina Rameiro e artesãs piauienses vai focar no projeto Mimbó Artesanato. O Mimbó Artesanato é um projeto desenvolvido por Kalina e reúne pelo menos 13 mulheres artesãs.
O encontro visa descontruir preconceitos e revelar as riquezas que a cultura quilombola possui em forma de produtos desenvolvidos artesanalmente. Além da realização do bate papo, o grupo também vai expor diversas peças na feira como convidadas pelo relevante serviço social prestado nesse segmento. Entre os itens, estão bolsas, aventais, panos de prato, entre outros produtos que são fabricados a partir de tecidos e retalhos que normalmente seriam descartados.
As integrantes do projeto passaram por cursos de capacitação promovidos pelo Sebrae para aprimoramento de técnicas, entender sobre a precificação dos produtos confecionados. Além disso, recentemente as artesãs conquistaram seus registros no Programa do Artesanato Brasileiro, visando profissionalizar ainda mais as trabalhadoras.
Sobre a comunidade
Localizada na zona rural de Amarante, a comunidade de Mimbó abriga mais de 600 indivíduos que preservam em suas tradições e em sua linhagem uma história de mais de 200 anos de combate ao sistema escravagista. Composta em sua maioria por membros da mesma família, que adotam o sobrenome "Paixão" como símbolo de união, a comunidade é um exemplo de determinação e resistência.
Idelzuíta Paixão, neta dos fundadores da comunidade Mimbó, foi a primeira professora da região em 1971 e é conhecedora da história dos antepassados. A comunidade Mimbó foi fundada por dois casais de escravos que fugiram juntos do Pernambuco e viveram por anos em cavernas próximas ao riacho Mimbó para se esconder dos perseguidores, de acordo com dona Idelzuíta.