Protetor solar e água de coco: como os teresinenses estão sobrevivendo ao calor

No Centro, uma região muito frequentada, é comum ver as pessoas usando guarda-chuvas, moletons e bonés para se proteger do sol

Como os teresinenses estão sobrevivendo ao calor? | Ravena Lages
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Com uma semana inteira de termômetros registrando temperaturas máximas chegando a 40°C e a previsão para a próxima semana indicando um cenário semelhante, fica claro que o "B-R-O Bró", o período mais seco no Piauí, chegou com tudo. Essa condição escaldante tem levado os teresinenses a adotar estratégias para enfrentar o clima enquanto desempenham suas atividades diárias.

No Centro, uma região muito frequentada, é comum ver as pessoas usando guarda-chuvas, moletons e bonés para se proteger do sol. O cuidado não para por aí, e o efeito das altas temperaturas no comportamento dos teresinenses também está no cuidado com a hidratação.

População tem tomado cuidado para se proteger das altas temperaturas na capital piauienses (Foto: Ravena Lages)

O vendedor Jorgielton Wallace Silva, 34 anos, é conhecido entre os comerciantes do Mercado Velho como 'Gasparzinho do Centro' devido ao seu zelo em relação ao sol. Ele ganhou esse apelido por aplicar bastante protetor solar, o que resulta em seu rosto extremamente branco. "Eu sei da importância de usar protetor solar para prevenir o câncer de pele e incentivo os outros a fazerem o mesmo. Também aplico protetor no pescoço e em outras áreas expostas ao sol, não apenas no rosto", disse entre risos.

Jorgielton é conhecido como "Gasparzinho do Centro" (Foto: Ravena Lages)

Antônio Rodrigues de Andrade, 60 anos, é mototaxista e trabalha diariamente exposto ao sol e às altas temperaturas do asfalto na cidade. Ele se protege, segundo ele, "passando muito calor", usando um moletom por baixo do colete, luvas, óculos de sol e filtro solar. Além disso, o mototaxista bebe muita água e evita o sol nas horas mais críticas, interrompendo seu trabalho durante o período mais quente.

 "Eu fico sem trabalhar entre 12h e 15h, escolho ter saúde e bem-estar e não trabalhar em horários perigosos, mesmo que isso signifique ganhar menos dinheiro. É melhor a gente se cuidar do que ficar passando mal, com a pele muito queimada por causa desse sol", disse.

Moletom, óculos de sol, luvas e protetor solar são "equipamentos" de trabalho de Antônio Rodrigues (Foto: Ravena Lages)

Juliana Ferreira, professora, utiliza o transporte público diariamente e é muito cautelosa com a hidratação do filho de sete anos. "A gente gasta mais com água, sorvetes e o guaraná da Amazônia, mas é bem melhor a gente ir se hidratando porque eu sei bem o mal-estar que meu filho pode enfrentar nesses dias quentes", falou.

Àgua de coco não pode faltar nas idas ao Centro de Teresina (Foto: Ravena Lages)

Everson Pinheiro da Silva vende lanches, água de coco, petiscos e doces na Praça do Fripisa e declara que sua ocupação tem sido um sofrimento nos últimos anos em razão das altas temperaturas. Apesar das dificuldades, ele observa um aumento nas vendas, principalmente de água mineral. "O sofrimento é grande, mas as vendas são boas, vem muita gente em busca de água de coco e água mineral e isso já impulsiona o nosso negócio", falou.

Vendedor ambulante, Everson Pinheiro, garante que a procura por água mineral e de coco é ainda maior nos meses do B-R-O Bró (Foto: Ravena Lages)

"José de Sousa Santos trabalha como vendedor ambulante na Praça da Bandeira há 18 anos. Suas principais vendas são água mineral, seguida de água de coco. Ele admite que esquece de aplicar protetor solar, mas reconhece os riscos e pretende lembrar-se de usá-lo diariamente."

Refrescante e gelada, água de coco ajuda na hidratação em meio às altas temperaturas (Foto: Ravena Lages)

O assessor-técnico da Secretaria de Estado da Defesa Civil (Sedec) e climatologista, Werton Costa, alerta para a gravidade das altas temperaturas em Teresina e nos demais municípios piauienses e cobra mais cuidado e atenção à saúde. 

"Já entramos no coração do B-R-O bró, quando a gente está na transição de setembro para outubro. A gente já observa que temos uma condição acima da média em termos de temperatura, uma condição gravíssima de baixa umidade, estamos alcançando quase todos os dias patamares inferiores a 30%, que é um padrão de alto risco e realmente o B-R-O bró chegou chegando com um pacote completo e majorado, infelizmente, pela interferência do El Niño. Se a gente já tem uma condição que todos os anos a gente conhece e que requer uma atenção muito especial com a nossa saúde, se essa condição está sob um agravante, nós precisamos redobrar os cuidados”, contou.

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